O prémio literário Arnaldo França, criado pelas imprensas nacionais de Portugal e Cabo Verde e anunciado esta quinta-feira na cidade da Praia, irá distinguir anualmente escritores cabo-verdianos com cinco mil euros e a publicação da obra premiada nos dois países.

O prémio foi anunciado no âmbito da Morabeza — Festa do Livro, pouco antes do início da sessão de lançamento do livro de Joaquim Arena, “Debaixo da Nossa Pele – Uma Viagem”.

Destinado a cidadãos cabo-verdianos, o prémio terá periodicidade anual e um valor de 5 mil euros. O autor premiado verá ainda a sua obra ser publicada pelas Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), de Portugal, e pela Imprensa Nacional de Cabo Verde (INCV).

Durante a apresentação, Duarte Azinheira, diretor de publicações da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, explicou que o prémio se insere na missão de promoção da língua portuguesa da INCM, adiantando terem já sido criados galardões semelhantes em Timor-Leste e Moçambique.

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Dentro de 30 dias será conhecido o regulamento e escolhido o júri do prémio.

Duarte Azinheira sublinhou também o simbolismo e a importância de o prémio ter sido anunciado durante o festival literário Morabeza, em Cabo Verde.

Por seu lado, Miguel Semedo, administrador da Imprensa Nacional de Cabo Verde, destacou o papel do prémio para a promoção da produção literária em Cabo Verde.

Também presente na sessão, o ministro da Cultura e Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, sublinhou a escolha do poeta Arnaldo França, “uma referência única”, para dar nome a um prémio que visa estimular a produção literária em Cabo Verde.

Arnaldo Carlos de Vasconcelos França, nasceu na cidade da Praia em 1925 e morreu em 2015.

Reconhecido como poeta, ensaísta, académico, crítico, estudioso e historiador da literatura cabo-verdiana, é um dos nomes maiores da cultura cabo-verdiana.

É autor, entre outras obras, de “Notas sobre Poesia e Ficção Cabo-Verdianas” (1962). Colaborou com a INCM na “Obra Poética”, de Jorge Barbosa.