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Revolução na Arábia Saudita: “É como ver os Tudors em fast forward”

Uma purga entre a família real, medidas de austeridade e diplomacia a ferro e fogo. A Arábia Saudita está em convulsão, mas o que se passa afinal neste país misterioso? E onde terminará?

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Para Jamal Khashoggi, tudo começou com um telefonema. O respeitado jornalista saudita, de 59 anos, recebeu uma chamada de Saud al-Qahtani — um homem próximo do poder apelidado por alguns de “Steve Bannon” saudita — que mudaria o rumo da sua vida. “Foi um telefonema muito educado em que ele me disse que tinha instruções para me proibir de continuar a escrever a minha coluna de opinião.” Foi o princípio do fim para o à altura diretor do canal de televisão Al Arab; as pressões acumularam-se e Khashoggi acabou por tomar a decisão radical de abandonar o país onde sempre viveu, a Arábia Saudita, em junho deste ano.

“Foi muito difícil tomar esta decisão. Os meus filhos já são crescidos e têm bons empregos, mas foram proibidos de sair do país. O meu casamento desfez-se devido ao facto de eu ser publicamente crítico do regime, a minha mulher preferiu estar segura do que estar a meu lado”, partilha o jornalista com o Observador. “Eu tinha uma coluna do jornal Al-Watan há seis anos, antes disso tinha tido outra coluna durante 15 anos num jornal diferente e agora estava proibido de falar a qualquer meio de comunicação e de escrever a minha coluna. Estava em casa sem nada para fazer. Quando comecei a ouvir falar sobre amigos que andavam a ser pressionados para dizer coisas positivas do Governo, pensei que poderia ser o próximo.” Daí a dar o salto, foi um pequeno passo.

Jamal Khashoggi (D.R.)

Agora, a mais de cinco mil quilómetros de distância de Riade, em Washington DC, nos EUA, Khashoggi tem aproveitado para escrever vários artigos sobre o seu país para o Washington Post. Não tem dúvidas de que a Arábia Saudita está a atravessar um período de transformação profunda, com pontos positivos — considera que o fim da proibição das mulheres poderem conduzir já devia ter chegado há muito, por exemplo. Mas não consegue deixar de disparar críticas contra o príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman (conhecido pela sigla MbS), responsável pelas decisões mais marcantes dos últimos meses: a purga contra a corrupção e o alívio nas restrições às liberdades, mas também os desafios internacionais contra o Qatar ou o Líbano e medidas de austeridade como a criação de um sistema de impostos.

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“Conhece a série de televisão ‘Os Tudors’?”, pergunta Khashoggi, referindo-se à série que retrata o reinado do polémico Henrique VIII, na Inglaterra do século XVI. “O que está a acontecer na Arábia Saudita é como ver ‘Os Tudors’ em fast-forward. É ver as coisas a acontecerem da noite para o dia, estar tudo a mudar e de uma forma sem precedentes. O príncipe é cheio de auto-confiança, mas não quer ter nenhuma oposição, não quer ouvir nenhuma opinião que lhe seja desfavorável. Acha que pessoas como eu podemos distorcer a sua mensagem — e, por isso, quer-nos fora do seu caminho.”

Austeridade, concentração de poder e… alta popularidade

“Uma gaiola dourada.” O New York Times definiu assim o local onde estiveram detidos vários dos homens de negócios, ministros e até membros da família real, desde que o príncipe MbS ordenou o seu afastamento no início de novembro. Muitos deles estiveram alojados no hotel de cinco estrelas Ritz-Carlton, na capital do país, fechados nos quartos luxuosos da propriedade. Se descessem a grande escadaria do hotel, iriam dar ao salão principal, decorado com candelabros dourados, e deparar-se com homens armados a guardá-los.

Príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, conhecido por MbS (AFP / FAYEZ NURELDINE)

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As detenções foram coroadas por acusações de corrupção e representaram um abalo sem precedentes num país onde os ricos e poderosos vivem quase sempre à sombra do poder da família real — ainda para mais quando a purga é liderada por um jovem de apenas 32 anos. O ecossistema da elite saudita é, como Khashoggi apontava, semelhante ao de muitas cortes reais de séculos passados.

Isso mesmo explicava a Economist em 2010. “Aqui o rei não é apenas primeiro-ministro. Ele também nomeia os membros do parlamento e escolhe um sucessor ao trono”, pode ler-se. “O tamanho da família real Al-Saud (pelo menos cinco mil pessoas têm título de príncipe) e os privilégios acumulados pelos seus príncipes são de tal forma que os reis têm de ter cuidado em equilibrar interesses rivais. Têm ainda de ter em conta os clérigos Wahhabistas [seguem uma doutrina islâmica fundamentalista] que esperam recompensas por defender uma monarquia absolutista, os tecnocratas que são os regentes de facto e, por vezes, alguns dos seus súbditos.” Num ambiente destes, é fácil de entender o impacto de uma purga como esta, que afetou até o ministro da Guarda Nacional Miteb bin Abdullah, o almirante e responsável pela Marinha Nacional Abdullah bin Sultan e até o príncipe Alwaleed bin Talal, um dos homens mais ricos do mundo.

Chas Freeman conhece bem os meandros do poder na Arábia Saudita, ou não tivesse sido ele embaixador norte-americano no país no período-chave da primeira Guerra do Golfo. Ao Observador, não tem dúvidas em afirmar que esta série de detenções representa uma revolução interna: “Estamos perante uma concentração de poder sem precedentes. Não é típico e é até contrário à tradição saudita, que espalha o poder pela família real”, resume. “Agora estamos perante um decisor que não tem receio de correr riscos. É claro que isto não é bem visto pela maior parte da família real, mas não há muito que possam fazer sobre isso.” Afinal de contas, MbS parece ter todo o apoio do seu pai, o rei Salman.

A decisão de fazer uma cavalgada contra a corrupção é popular entre a maior parte da população. Para além de consolidar o poder de MbS, afeta profundamente um dos países mais ricos do mundo, onde quase 20% da população vive abaixo do limiar da pobreza. A Arábia Saudita é um país de nuances: não concede vistos de turista, mas, no entanto, tem uma das maiores taxas de uso de smartphones em todo o mundo. O próprio MbS encerra as suas contradições: lidera uma purga anti-corrupção e um programa de austeridade e contenção, ao mesmo tempo que compra o imóvel mais caro do mundo, um castelo no valor de 300 milhões de dólares. E, no ano em que o país parecia ter dado um grande passo em frente relativamente aos direitos das mulheres (ao autorizar que possam conduzir), a decisão da campeã de xadrez Anna Muzychuk de faltar ao mundial em Riade lembrou ao mundo que as mulheres sauditas ainda são obrigadas a cobrir-se da cabeça aos pés e a ter um guardião masculino.

O dia-a-dia dos sauditas tem sido afetado pelas medidas de MbS. As mulheres vão poder passar a conduzir e todos os produtos terão IVA (AFP PHOTO / FAYEZ NURELDINE)

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Os contrastes são visíveis nas observações feitas pelos correspondentes internacionais. “Na afamada ‘Praça Chop Chop’, onde são executados os que são condenados por homicídio, violação ou crimes relacionados com drogas, encontrei uma cena semelhante à de qualquer praça, em qualquer lugar do mundo. As crianças dançavam ao pé das fontes de água, sob o olhar das mães. À porta do quartel-general da temida polícia religiosa — a mutawwa’in, que investiga os que quebram a estrita lei da sharia através de roupa imodesta, por exemplo –, adolescentes com camisolas de futebol a dizer ‘Ronaldo’ brincam com uma bola e uma baliza improvisada, enquanto as famílias comem gelados à sombra”, escrevia em 2014 o colunista Charlie Askew para a revista britânica Prospect.

Sholto Byrnes já tinha antes registado na New Statesman que “a vida na Arábia Saudita é uma questão de regras. Leva sempre dinheiro vivo contigo no carro: se tiveres um acidente com um saudita, ele tem automaticamente razão. Se não puderes indemnizá-lo imediatamente, serás detido. E os sauditas são condutores terríveis”, escreveu em 2009 o jornalista sobre os tempos em que viveu no país.

É um país fértil em costumes curiosos, mas não só. A Arábia Saudita é um elemento crucial para a economia do mundo, ou não fosse o segundo maior produtor de petróleo do mundo, ficando apenas atrás da Rússia. É também um ator essencial no Médio Oriente, jogando no tabuleiro da geopolítica através da influência saudita, para servir de contraponto ao Irão. E vive, neste momento, um momento de transformação económica e social, acelerado pelo plano Visão 2030, promovido pelo príncipe MbS. Plano esse que o jornalista Jamal Khashoggi vê à distância como sendo “tudo menos abertura política”. “É uma transformação social, cultural e económica da Arábia Saudita sem reforma política”, resume.

13%

De desemprego na Arábia Saudita. Entre os jovens, o desemprego ultrapassa os 30%.

Saudi Press Agency e Banco Mundial

O país com as segundas maiores reservas de petróleo do mundo tem, contudo, 13% de desemprego de acordo com os números oficiais — que ultrapassa os 30% entre os jovens. Com a maior parte dos sauditas empregada apenas no sector público, os restantes empregos têm sido ocupados por mão de obra estrangeira, que corresponde a cerca de um terço da população. “Isso matou a ética de trabalho dos sauditas. Chega-se a um Starbucks e os empregados são estrangeiros, vai-se ao escritório de um advogado e ele é estrangeiro…” ilustra Jamal. Com o petróleo em queda, não é preciso muito para perceber que, mais cedo ou mais tarde, a população saudita enfrentará um grande problema económico — e não só. Para além do desemprego jovem, a falta de habitação a preços económicos e o radicalismo religioso (a título de exemplo, a Arábia Saudita é o segundo país a fornecer mais combatentes para o Estado Islâmico, apenas atrás da Tunísia) são outros dos elementos que podem contribuir para um cocktail explosivo.

"O Visão 2030 representa uma transformação social, cultural e económica da Arábia Saudita sem reforma política”
Jamal Khashoggi, jornalista saudita exilado

Com estes dados na cabeça — e uma clara vontade de ocupar o papel principal da corte –, o príncipe MbS pôs em marcha o Visão 2030. Para além das restrições à mutawwa’in, da autorização para as mulheres poderem conduzir ou da reabertura das salas de cinema (fechadas desde os anos 80), o príncipe tem introduzido medidas económicas como a criação de alguns impostos (como o IVA, de 5%, que deverá entrar em vigor em 2018), cortes em salários e subsídios e a privatização da petrolífera estatal Aramco. É a “austeridade à saudita”, como classificou o The Guardian, mas tal não tem beliscado a popularidade de MbS. “As pessoas aguentam um certo nível de privação económica se se sentirem orgulhosas do seu país e do rumo que leva. Acho que essa é a troca que ele está a propor”, resume o embaixador Chas Freeman.

Diplomacia: quando se tem “mais olhos que barriga”

O país sente as dores de crescimento internas e qualquer transformação num país tão determinante no Golfo tem reflexos na região. Se MbS não hesitou em entrar a matar com a elite do seu país, não é de surpreender o facto de não ter poupado os inimigos no plano internacional.

A famosa frase “se os EUA espirram, a Europa constipa-se” podia aplicar-se bem aos sauditas e ao resto do Médio Oriente. Só se assim se explica que Riade tenha o poder de manter um líder de outro país durante mais de duas semanas na Arábia Saudita, levando-o a apresentar a demissão. Saad Hariri, primeiro-ministro libanês, esteve no país em circunstâncias pouco claras, demitindo-se num anúncio televisivo que muitos libaneses entenderam como sendo manobrado pelos sauditas — tanto que, depois de regressar ao Líbano, Hariri anunciou em Beirute que afinal fica no cargo. A jogada de MbS — que teria como objetivo prejudicar o Hezbollah, que faz parte do Governo libanês e que está ligado ao Irão — foi mal recebida em Beirute, onde se espalharam cartazes com o rosto de Hariri e a frase “À tua espera”.

Maratona organizada em Beirute pelo regresso do primeiro-ministro libanês (NWAR AMRO/AFP)

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A capital libanesa é definida por alguns como o “parque de diversões” dos sauditas, que ali vão aproveitar as maiores liberdades como o consumo de álcool ou a não obrigatoriedade do véu. E a ligação entre os dois países é antiga, como explicou ao Observador Imad Salamey, professor de Ciência Política na cidade. “A Constituição do país tem o nome da cidade saudita Taef, onde se fez o acordo para terminar 15 anos de guerra. A Arábia Saudita tornou-se um parceiro económico importante em termos de investimento, finanças, comércio e remessas. A estabilidade financeira do Líbano depende dos depósitos bancários dos sauditas”, resume o professor.

Centenas de milhares de libaneses trabalham atualmente na Arábia Saudita, sendo as remessas desses emigrantes vitais para o Líbano. É por isso que uma pequena decisão de MbS, muito mais fácil de tomar do que qualquer purga interna, pode ser decisiva para o futuro de um outro país: “Se a Arábia Saudita decidir impor sanções económicas ao Líbano, a situação no país pode deteriorar-se e abrir uma crise. É pouco provável que leve a uma guerra aberta, mas pode lançar dúvidas sobre a legitimidade de futuros governos e expor o Líbano a retaliações internacionais, incluindo uma possível incursão israelita contra o Hezbollah”, explica Salamey.

Nada de muito difícil para um país que desafiou o vizinho Qatar e que teima em não pôr fim ao conflito no Iémen. A guerra contra os rebeldes Houthis, apoiados pelo Irão, dura há três anos e já matou milhares. Para além das vítimas, o conflito provocou uma crise de cólera e mais de 20 milhões de iemenitas precisam de ajuda humanitária. Os sauditas vão perdendo soldados e gastando dinheiro numa guerra que não parece ter fim à vista, mas continuam a fazê-lo. Porquê?

O que está em causa na crise diplomática com o Qatar? Cinco perguntas e respostas

Para o embaixador Freeman, a resposta é clara e chama-se Síria: “A guerra está praticamente acabada e os vencedores são a Rússia — e o Irão”. O receio de uma influência ainda maior do arqui-inimigo xiita na região leva os sauditas — e, particularmente, um líder que gosta de arriscar como MbS — a atirar-se de cabeça para todas as frentes. Uma estratégia que, para o embaixador norte-americano, não está a ser bem sucedida. “Estão a ter mais olhos que barriga. Muitos destes esforços não vão ser bem sucedidos, como é o caso do Iémen e pode ser o do senhor Hariri. Os esforços para afastar Assad falharam redondamente e parece-me que os sauditas vão ter de arranjar uma estratégia diferente para lidar com o círculo que o Irão desenhou à sua volta.”

A rivalidade com os persas é de tal forma intensa que levou ao que muitos entenderam como uma aproximação a Israel, alegadamente mediada pelos norte-americanos, seguindo a máxima de “o inimigo do meu inimigo meu amigo é”. Contudo, as ações dos últimos dias desfizeram qualquer miragem de que houvesse alterações de fundo na relação entre os dois países: os sauditas não só se uniram aos restantes Estados muçulmanos na ONU no voto contra o reconhecimento de Jerusalém como capital pelos EUA, como impediram os israelitas de participar no afamado mundial de xadrez.

Destroços depois de um bombardeamento em Sanaa, capital do Iémen (AFP / GETTY IMAGES)

(Photo credit should read /AFP/Getty Images)

Esta estratégia de disparar em todas as direções é, para alguns, desastrosa: “O Exército é incompetente, a Marinha muito pequena. Se eles não conseguem derrotar os Houthis, conseguem derrotar quem? Estão a ser completamente ultrapassados pelo Irão em toda a região”, resumiu Thomas Lippman, especialista na Árabia Saudita, ao Observador por email.

“Desafio à autocracia” ou a criação de “um líder supremo”?

Lippman, autor do livro “Saudi Arabia on the edge” (‘Arábia Saudita à beira do precipício’, sem edição em português), faz também uma análise negativa das transformações internas que o país atravessa — e do futuro da Arábia Saudita. “Os sauditas dentro e fora do reino receberam bem as ações do jovem príncipe, que consideram tardias e necessárias. Os analistas que não são sauditas, como eu, têm uma visão muito mais cínica. Vemos isto como uma tentativa de agarrar o poder que vai levar o país a um regime de líder único — o mesmo caminho que trouxe a ruína a países como o Egito, a Síria, o Iraque e a Líbia.”

“O Exército é incompetente, a Marinha muito pequena. Se eles não conseguem derrotar os Houthis, conseguem derrotar quem? Estão a ser completamente ultrapassados pelo Irão em toda a região”
Thomas Lippman, especialista norte-americano na Arábia Saudita

Nem todos os analistas não-sauditas pensam assim, contudo. O embaixador Freeman, por exemplo, prevê reflexos positivos vindos da purga contra a corrupção ou do plano Visão 2030, que provoca o maior ceticismo possível a Lippman. “Quando o reino distribuía riqueza de acordo com a tradição árabe, através do Rei como dispensador de caridade, era normal as pessoas não terem direito a opinião. Mas agora, se lhes é cobrado impostos, elas vão ter direito a opinar sobre a forma como o seu dinheiro é gasto. Creio que a longo prazo isto será um desafio à autocracia”, diz Freeman. “Quando eu estava na Arábia Saudita, costumava dizer que o slogan nacional era ‘progresso sem mudanças’. Ou seja, quando olhávamos pelo retrovisor, conseguíamos ver as alterações que foram feitas, mas não conseguíamos vê-las no momento. Agora são visíveis, acontecem no dia-a-dia.”

As mudanças são aplaudidas pelos mais jovens. “Este país precisava de alguém como ele”, dizia um jovem de 25 anos de Jedá ao Independent. Os jovens são os mais entusiasmados com as mudanças do príncipe de 32 anos, que vêem como um representante da modernidade e da sua geração. Mas há sauditas preocupados. O jornalista Jamal Khashoggi, por exemplo, assusta-se com a concentração de poder inegável em MbS: “Ainda há uns dias fui convidado para falar na Universidade de Stanford. E lá disseram-me ‘mas ele está a fazer tudo o que vocês pediram!’. É verdade, mas está a fazê-lo sozinho, não partilha o processo de decisão com ninguém e isso perturba-me. Ele está a tornar-se o líder supremo da Arábia Saudita”.

O jornalista já se conformou com a ideia de que provavelmente não regressará ao seu país, mas continua a preocupar-se com o futuro da Arábia Saudita. Nem que seja porque os seus filhos — que hesitam em partilhar nas redes sociais os artigos do pai — ainda lá vivem. “Às vezes acordo com uma sensação…”, solta Jamal na conversa com o Observador. “Se calhar eu sou só um velho sem importância. Espero mesmo que ele seja bem sucedido, mas acho que sozinho vai acabar por falhar”, lamenta-se, sublinhando a necessidade de trazer a democracia para o seu país. “Não quero ser um tipo da oposição zangado. Eu acredito no sistema, acredito no papel da Casa de Saud [família real]. Só gostava que eu e os outros sauditas pudéssemos participar. Andam a ser tomadas decisões importantes sem ouvir ninguém e acho que isso não é justo. Não é justo”, repete.

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