Angola tornou-se no quarto maior destino de investimento estrangeiro direto em África, muito à custa do forte crescimento anual da economia do país, conclui um estudo da consultora Ernst & Young sobre a atratividade empresarial.

De acordo com dados do Estudo de Atratividade de África (2014), os investimentos em curso ao nível das infraestruturas, nomeadamente em portos e aeroportos, bem como a anunciada criação de um fundo de investimento soberano de cinco mil milhões de euros e o lançamento de uma bolsa em Luanda, são “sinais da melhoria da atractividade” angolana para investimentos privados.

Este estudo da Ernst & Young, ao qual a Lusa teve acesso, coloca Angola como o quarto maior receptor de investimento estrangeiro na África Subsariana, de resto a mesma posição que o país ocupa no ranking da perceção dos investidores “quanto às localizações mais atrativas no continente”.

O ranking de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) é liderado pela África do Sul, seguida pela Nigéria e Quénia, três países que concentram 40% do total de investimento em mais de 50 estados africanos. Quanto a Angola, representa 6,9% do investimento estrangeiro.

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Em termos globais, a consultora identifica que o IDE na África Subsariana aumentou cerca de 4,7% em 2013, “mas assistiu-se a um decréscimo” no mesmo período no norte de África.

Além disso, os investidores estão a mudar “do setor da extração para o setor dos bens relacionados com o consumo”. Regista-se ainda “uma forte melhoria” na percepção dos investidores em relação à atratividade de África (subida do oitavo lugar em 2011 para o segundo posto em 2014), embora persistindo “uma lacuna na percepção dos investidores já a operar no continente e aqueles que ainda não operam na região”.

Sobre Angola, a Ernst & Young diz também que, apesar de o número de projetos de IDE ter registado uma ligeira diminuição em 2013, o país “continua a ser um importante destino de investimento, em boa parte devido a ter sido uma das economias com maior crescimento no período 2003-2013”. Neste período, recorda, o Produto Interno Bruto (PIB) “cresceu a uma média de 11% ao ano”.

Este estudo combina uma análise do investimento internacional em África desde 2003 com um inquérito de 2014, realizado junto de mais de 500 líderes empresariais globais, sobre as suas perspetivas em relação ao potencial do mercado africano, explica a consultora.