Moscovo, 05 jun (Lusa) — O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, qualificou hoje de “cinismo sem limites” o apoio do G7 à operação das forças armadas ucranianas contra os rebeldes pró-russos no leste daquele país.

“O autointitulado G7 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Alemanha, Canadá e Japão) exprimiu-se após as ações tomadas pelas forças armadas ucraniana contra o seu próprio povo. É um cinismo sem limites”, disse o primeiro-ministro, citado pelas agências russas.

Medvedev referiu-se, diante do conselho de ministros, às operações de Kiev no combate aos pró-russos no leste do país e ainda sobre a questão do fluxo de refugiados nas regiões russas com fronteiras com a Ucrânia.

Numa declaração adotada na quarta-feira, em Bruxelas, o G7 encorajou o governo ucraniano a “manter as medidas para prosseguir as suas operações para restaurar a lei e a ordem” no leste do país.

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A Rússia continua a denunciar uma intervenção desproporcionada no leste da Ucrânia, afirmando ainda que, na semana passada, as forças ucranianas violaram a Convenção de Genebra de 1949 sobre a proteção de civis.

“As pessoas estão assustadas, com medo, mas autoridades ucranianas não veem aqui um problema humanitário, dizem que não são refugiados. Isto é, claro, uma mentira”, disse Medvedev.

O responsável russo referiu que 5000 pessoas chegam todos os dias da Urânia na região russa de Rostov do Don (sudoeste), baseando os seus números pelas passagens na fronteira.

“A diferença entre as saídas e entrada é de cerca de 5000 por dia”, precisou Medvedev.

Segundo o primeiro-ministro russo, a maioria são pessoas que deixam a Ucrânia, essencialmente crianças e mulheres, chegam a esta região, mas outras vão para diversas localidades russas.

“Cerca de 4000 pessoas já pediram o estatuto de refugiado. É uma situação sem precedentes”, disse o primeiro-ministro, citado pela Itar-Tass.