O parlamento russo ratificou o acordo em que perdoa 90% da dívida cubana, ou seja, cerca de 23,31 mil milhões de euros. No total, Cuba deve cerca de 25,9 mil milhões a Moscovo. A decisão foi tomada uma semana antes da visita de Vladimir Putin a Cuba, na qual se espera que o presidente russo se reúna com Fidel Castro para discutir as relações comerciais entre os dois países, avança o El País. 

A liquidação da dívida cubana foi um obstáculo à normalização das relações entre Cuba e a Rússia. Foram mais de 20 anos de negociações entre os dois países. O acordo, que foi assinado a 25 de outubro de 2013, durante uma visita do primeiro ministro, Dmitri Medved, ao país de Fidel Castro, prevê o pagamento da parte remanescente da dívida em dez anos, com quotas semestrais.

O primeiro pagamento vai ter de ser feito a 25 de outubro, data em que se celebra o primeiro aniversário da assinatura do acordo, e o último está agendado para 25 de abril de 2024. As quantias serão depositadas numa conta especial que o Banco de Comércio Exterior russo abriu no Banco Nacional de Cuba, e servirão para investir na economia cubana.

A dívida de Havana era a última dívida que o país de Putin ainda tinha por cobrar, desde o colapso da União Soviética no início dos anos 1990. Em abril, Moscovo também tinha chegado a um acordo com a Coreia do Norte, apesar de a dívida deste país ser inferior à cubana. O acordo com Cuba foi assinado em outubro, numa altura em que os dois países assinaram uma dúzia de entendimentos de cooperação económica.

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A medida já era há muito esperada quer por cubanos quer por russos, segundo o El País. A China e o Japão já tinham perdoado a dívida de Cuba no ano passado e Moscovo tinha reestruturado as dívidas de outros países como a do Afeganistão, Iraque ou Nicarágua. Sem contar com a dívida cubana, a Rússia já aceitou a reestruturação de dívidas que totalizam cerca de 73,5 mil milhões de euros, desde 1996.

A visita de Vladimir Putin a Havana insere-se numa viagem que também inclui o Brasil e a Argentina nos destinos. Na agenda, estão temas como os transportes e energia, visto o interesse das companhias petrolíferas russas na plataforma continental cubana, onde os russos esperam encontrar depósitos de hidrocarbonetos. Os acordos para que se possam fazer prospecções já foram assinados.

Moscovo tornou-se no nono parceiro comercial de Cuba. Venezuela, China e Espanha são os primeiros.