Os ministros alemães do Interior e dos Negócios Estrangeiros pediram aos Estados Unidos respostas rápidas face à alegada espionagem de um agente duplo, que tem levantado receios de um agravamento das tensões entre os dois aliados. “Se as informações estão certas, não estamos a falar de coisas insignificantes”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros Frank-Walter Steinmeier num ‘tweet’, na sequência das notícias que deram conta da alegada espionagem norte-americana, despertando a fúria dos alemães.

As relações entre os EUA e a Alemanha já se tinham deteriorado depois de o ex-analista de informações Edward Snowden ter revelado que a NSA espiou o telefone pessoal da chanceler alemã, Angela Merkel, durante anos. Numa pré-publicação de excertos do jornal Bild, que será publicado na segunda-feira, o ministro do Interior Thomas de Maiziere apela a uma declaração “rápida e clara” dos americanos sobre o alegado espião, que foi detido na semana passada.

O suspeito, de 31 anos, que integra os serviços de informações da Alemanha, terá sido agente duplo durante dois anos e estado ao serviço da NSA, segundo informações divulgadas pela imprensa alemã. Segundo os jornais Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung (FAS) e Bild am Sonntag, o suspeito passou aos americanos dois documentos sobre um grupo de trabalho parlamentar constituído no início do ano para investigar a vigilância da NSA.

As autoridades alemãs foram alertadas quando o suspeito enviou um email com documentos anexos para o consulado russo, no final de maio, oferecendo-se para fornecer informações. O Governo dos EUA ainda não comentou o caso, mas a ex-secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, principal presidenciável democrata para 2016, pediu hoje calma e disse que “é preciso esperar pelos factos”, porque está em curso uma investigação federal sobre estas acusações que considerou “sérias”.

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