A independência da Escócia do resto do Reino Unido será decidida na quinta-feira num referendo cujo resultado as sondagens mais recentes continuam a dar como incerto.

Depois de uma oscilação de apoio ao “sim” dar este cenário como possível no início da semana, o “não” recuperou terreno nos últimos dias e voltou a ganhar uma margem, ainda que demasiado estreita para determinar o resultado.

Na análise feita pelo politólogo John Curtice a todas sondagens sobre este tema no último ano, publicada no blogue “What Scotland Thinks” [O que pensa a Escócia], a diferença entre os dois campos nunca foi tão pequena.

Calculando a média das últimas seis sondagens, Curtice estima que o “não” tem agora 51% dos potenciais votos e o “sim” 49%.

Com o aproximar da data, as campanhas “Yes Scotland” [Sim Escócia] e “Better Together” [Melhor Juntos] dos dois lados têm intensificado a esgrima de argumentos.

“A Escócia está prestes a fazer história. Os olhos do mundo estão na Escócia. O mundo está a assistir a um debate articulado, pacífico e intenso. A Escócia votará sim na quinta-feira”, prometeu o carismático chefe do governo escocês, e líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP na sigla inglesa), Alex Salmond.

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Do lado oposto, o primeiro-ministro, David Cameron, saudou, num artigo para o jornal “Daily Mail”, os grandes feitos do país, como o fim da escravatura, o combate ao fascismo ou a criação do serviço nacional de saúde.

“O Reino Unido é um país adorado e especial. É isto que está em jogo. Por isso, que ninguém na Escócia deve duvidar: nós queremos desesperadamente que vocês fiquem. Não queremos que esta família de nações seja separada”, lia-se num texto no jornal “Daily Mail”.

Ao todo, quase 4,3 milhões de residentes no país com idade a partir dos 16 anos, britânicos, cidadãos da Commonwealth ou europeus, estão registados para responder “sim” ou “não” à pergunta: “Deve a Escócia ser um país independente”.

Os partidos Trabalhista Escocês, Conservador Escocês e os Liberais Democratas colocaram de lado as diferenças para se unirem na campanha pela permanência no Reino Unido.

O partido dos Verdes é o único da oposição a juntar-se ao Partido Nacionalista Escocês (SNP na sigla inglesa) no apelo ao voto pela independência, perdida em 1707 quando o Reino Unido foi formalizado.