O eurodeputado do PCP João Ferreira questionou esta quinta-feira a Comissão Europeia sobre os compromissos assumidos pelas autoridades portuguesas para o Novo Banco e aquilo que considera “pressões” para uma venda rápida que, considera, tem o objetivo de beneficiar os especuladores.

“Solicito à Comissão Europeia que me informe exatamente sobre que compromissos foram assumidos pelas autoridades portuguesas quanto ao futuro do Novo Banco, no âmbito da decisão de agosto último sobre o caso Banco Espírito Santo”, lê-se na pergunta enviada à Comissão Europeia por João Ferreira, chefe da delegação dos comunistas ao Parlamento Europeu.

O eurodeputado questionou ainda a Comissão sobre o modo “como justifica as pressões para uma venda rápida” do Novo Banco, “tendo em conta que estamos perante um banco capitalizado com fundos públicos e com implicações diversas na economia nacional”.

As questões surgem depois de, na segunda-feira, o executivo comunitário ter defendido que “quanto mais rápido a venda [do Novo Banco] acontecer” melhor, uma vez que esta é a melhor maneira de “a viabilidade dos ativos poder ser assegurada”. Sobre o modo como essa alienação pode acontecer, Bruxelas fez questão de explicitar que “os ativos não precisam de ser vendidos em bloco a uma entidade”, podendo ser tomada a opção de vender o Novo Banco “em separado a várias entidades”.

Para o PCP, a intenção de vender o Novo Banco de modo rápido tem a “deliberada intenção de dar sinais aos grandes especuladores que acorrem aos países em crise para comprar empresas por valores muito baixos”, num processo que considera o partido tem apenas em vista a obtenção de “chorudos lucros”, “extinguindo postos de trabalho”.

 

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