Um navio de carga com bandeira são-tomense que transportava mais de cem milhões de dólares em droga foi apresado há cerca de três semanas pela marinha dos Estados Unidos, disse esta terça-feira à Lusa fonte governamental são-tomense.

Segundo a mesma fonte, o navio de nome Borocho, capturado nas águas da América Central, continha muita droga, cujo valor ronda mais de 100 milhões de dólares”, além de outras mercadorias ilegais.

Num comunicado do Conselho de Ministros distribuído esta semana, indica-se que “o conselho de ministros foi informado que no dia 07 deste mês as competentes autoridades da Guarda Costeira em parceria com as cooperações de países amigos deram início a diligências para intercetar no navio de carga de nome BOROCHO, supostamente registado com bandeira são-tomense”.

O governo não dá mais pormenores, adiantando apenas que o referido navio “está registado sob o número 003651”, desconhecido do Instituto Marítimo e Portuário de São Tomé e Príncipe (IMAP-STP), a única instituição vocacionada para registar navios e atribuir bandeira são-tomense.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Neste momento, o referido navio com registo ilegal foi apresado e encontra-se sob custódia com estatuto de embarcação sem nacionalidade”, refere-se no comunicado do governo são-tomense.

Sublinha-se ainda que “perante a gravidade deste caso”, que afeta “a imagem do país, o conselho de ministros insta as autoridades competentes do setor no sentido de prosseguirem com as investigações, identificar cumplicidades e prevaricadores para efeitos de procedimento disciplinar e criminal”.

A nível interno em São Tomé, as autoridades não revelam pormenores deste caso, mas a Lusa apurou que o navio transportava 700 quilos de cocaína e foram detidos 13 tripulantes.

Os contactos estão a ser estabelecidos entre a guarda costeira são-tomense e a marinha americana.

A embarcação é de origem panamenha e a documentação que as autoridades do arquipélago dizem ser falsas foram emitidos em 23 de julho último e é válida até a mesma data de 2018.