O Parlamento turco aprovou nesta quinta-feira por ampla maioria uma moção do governo islâmico-conservador de Ancara que autoriza o exército a conduzir operações contra os ‘jihadistas’ da organização Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque. Depois de ter recusado, de forma explícita, uma participação nas operações militares internacionais, a Turquia fez saber nos últimos dias que estaria disposta a entrar na coligação internacional militar, liderada pelos Estados Unidos, contra o EI.

O projeto de resolução do governo, que dispõe de maioria absoluta no Parlamento, obteve a aprovação de 298 deputados, contra a rejeição de 98 parlamentares. De acordo com a Constituição turca, o texto dá luz verde a uma eventual operação militar do exército turco sobre os territórios da Síria e do Iraque e autoriza igualmente o estacionamento em solo turco das tropas estrangeiras que participarem nessas ações.

Após a votação no Parlamento, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, convocou uma reunião com os principais responsáveis civis e militares do país para precisar os contornos do envolvimento da Turquia na coligação internacional. Na quarta-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a Turquia estava aberta à cooperação, mas pressionou a coligação internacional a encontrar uma “solução duradoura” para a crise na Síria e no Iraque.

“Estamos abertos a toda a cooperação, mas todos devem saber que a Turquia não é um país que fique satisfeito com soluções temporárias”, referiu. Os ataques aéreos da coligação internacional contra posições dos ‘jihadistas’ do EI são “só uma solução temporária que apenas adia a ameaça e o perigo”, disse ainda Erdogan no Parlamento turco.

A Turquia não se juntou inicialmente à coligação militar internacional liderada pelos norte-americanos, mas inverteu a sua posição depois da libertação, a 20 de setembro, de 46 cidadãos turcos sequestrados pelos ‘jihadistas’ no norte do Iraque. A votação no Parlamento turco ocorreu numa altura em que os ‘jihaditas’ do EI encontram-se às portas da cidade síria de Ain al-Arab, perto da fronteira turca.

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