Deitado numa cama de hospital, a batalhar contra um cancro na laringe, que o obriga a recorrer a um aparelho para conseguir falar, Paul Cantlie fez um apelo para que o Estado Islâmico (EI) liberte o filho, conta o Daily Mail. Curiosamente, este anúncio aconteceu horas antes da confirmação da execução de Alan Henning, um voluntário inglês que esteve em cativeiro na Síria nos últimos nove meses.

Em novembro de 2012, John Cantlie, o filho, foi raptado pelo grupo jihadista juntamente com James Foley, o jornalista norte-americano que seria o primeiro a ser decapitado, para penalizar as ofensivas da Casa Branca contra o EI. O vídeo de Paul Cantlie surge no seguimento da publicação de dois vídeos de propaganda dos jihadistas onde John aparece, informando que ia narrar uma série de vídeos e que ia procurar explicar a filosofia do Estado Islâmico, assim como mostrar por que lutar contra o grupo é inútil.

https://www.youtube.com/watch?v=Vcew3qmidRI

https://www.youtube.com/watch?v=9Sf0zuNDWUg

“Quero que o John saiba o quão orgulhoso eu estou dele. Não consigo encontrar uma alegria maior do que o voltar a ver, livre e autorizado para voltar para aqueles que o amam”, disse Paul, de 81 anos. “Para aqueles que o têm: por favor saibam que ele é um bom homem. (…) Ele procurou apenas ajudar o povo sírio e eu peço-vos por tudo o que é sagrado que nos ajudem e o autorizem a voltar a casa em segurança para aqueles que o amam e que ele ama”, apelou.

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Num vídeo de cinco minutos, Paul Cantlie descreveu a mistura de emoções que a família sentiu quando viu o filho John naqueles dois vídeos de propaganda jihadista. “O meu filho foi mantido como prisioneiro pelo Estado Islâmico em 2012”, continuou. “Pela primeira vez em quase dois anos eu vi o John quando ele fez a transmissão televisiva na qual ele disse aos espetadores que ele continuava prisioneiro do Estado Islâmico e que talvez sobrevivesse, talvez morresse.”

“Como família, sentimos um grande alívio por vermos e ouvirmos que o John está vivo. Isto foi seguido por sentimentos de desespero e impotência”, disse Paul, adicionando que o filho “procurava a verdadeira história das pessoas que sofrem na Síria” e que queria “assegurar que o mundo estava ciente da situação”.

O apelo emocional continuou: “O John sentiu uma grande necessidade de ajudar da melhor maneira que podia: como um imparcial e respeitado jornalista, ele sabia que podia fazer a diferença atuando como uma plataforma para o mundo, para ouvir e registar, usando as aptidões jornalísticas para o bem das pessoas, como amigo e cidadão.”

No final do vídeo, Paul Cantlie revelou que ele e a família estavam a tentar contactar o Estado Islâmico. “Eu e a minha família estamos a tentar comunicar com o Estado Islâmico para entregar uma mensagem importante sobre o John e só posso esperar que tenha sido entregue porque não tivemos resposta.”