Dilma Rousseff, que se recandidata ao cargo de chefe de Estado do Brasil disse este domingo que o apoio manifestado por Marina Silva ao candidato Aécio Neves não implica uma transferência “automática” de votos, na segunda volta das presidenciais.

“O voto não é de ninguém. É de quem vai às urnas e vota. Não é propriedade nem minha nem de qualquer candidato. É do cidadão”, disse Rousseff em conferência de imprensa em São Paulo.

Dilma pediu “respeito pela autonomia e independência de cada cidadão” depois de Marina Silva, a candidata que ficou em terceiro lugar na primeira volta com 21,1 por cento dos votos ter anunciado o apoio ao candidato do PSDB, Aécio Neves.

Rousseff disse que “compreende” a decisão de Marina Silva, pela “proximidade” com as propostas económicas de Aécio Neves e as divergências com os programas sociais do Partido dos Trabalhadores (PT).

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Dilma Rousseff disse também que os brasileiros vão, no dia 26, escolher uma de duas “visões”, sublinhando que o PT tem “um compromisso com o povo” e Neves que considerou “retrocesso”.

“Os que estão do lado do adversário representam uma visão económica que quando esteve no governo levou o país à ruína três vezes”, disse Rousseff.

De acordo com a Presidente brasileira, os governos do PSDB, no poder entre 1992 e 2003, estavam em falência porque as reservas de divisas eram “muito menores” que a dívida externa.

Os governos do PSDB, com os Presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, aplicaram planos de estabilização económica no quadro da recuperação da grave crise financeira dos anos 1980.

Para Dilma Rousseff, as políticas do PSDB provocaram altas taxas de inflação e desemprego.

A candidata à reeleição disse também que se Neves vence a segunda volta das presidenciais a continuidade dos programas sociais ficam em risco, entre os quais o plano de habitação a preços populares aos mais necessitados.