A Reebok está a despertar a cobiça de um consórcio de investidores de Hong Kong e de Abu Dhabi. Segundo o The Wall Street Journal, estes investidores estão prestes a fazer uma oferta à Adidas para a compra da Reebok, potencialmente colocando um ponto final ao “casamento” entre as duas marcas de artigos de desporto. Um casamento que, até agora, não tem dado bons resultados.

O jornal norte-americano, que cita fontes próximas do processo, escreve que a oferta em estudo ascende a 2,2 mil milhões de dólares, o que equivale a 1,72 mil milhões de euros. O consórcio é liderado pela Jynwel Capital, um fundo de Hong Kong liderado pelo multimilionário Jho Low, de 32 anos. Uma proposta deverá também contar com a participação de investidores ligados ao governo de Abu Dhabi.

A oferta deverá ser apresentada nos próximos dias à administração da Adidas, a multinacional alemã que comprou a Reebok, em 2006, por cerca de três mil milhões de dólares. Na altura, a intenção era criar um “gigante” capaz de competir com a Nike nos maiores mercados, entre os quais os EUA. Mas o plano não correu como esperado e a Nike tem conquistado cada vez mais quota de mercado.

Segundo o jornal, quando foi anunciada a compra da Reebok pela Adidas estas empresas tinham quotas de mercado de 8% e 10%, respetivamente. A Nike tinha 35% do mercado norte-americano. Quase nove anos volvidos, a quota de mercado da Reebok desceu para 1,8% e a da Adidas para 6%, enquanto a Nike passou a ter quase 60% das vendas.

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Jho Low, o arquiteto da proposta potencial, deverá argumentar que a Reebok teria maior sucesso se fosse uma marca independente, escreve o The Wall Street Journal. Depois da separação bolsista entre a eBay e o Paypal, este é mais um caso em que os investidores veem vantagens em gerir ou cotar as empresas de forma autónoma.

A Adidas tem reduzido a dimensão da Reebok desde a compra da marca, vendendo marcas como a Greg Norman Collection, de artigos para a prática de golfe. Além disso, deixou que a Reebok não renovasse o acordo de patrocínio da National Football League (NFL) de futebol americano.

“Há muito que há algumas queixas em relação à Adidas, de que não faz produtos que se adequem ao mercado dos EUA, tentando ao invés impor uma linha global de produtos”, comenta Matt Powell, analista da SportsOneSource, ao The Wall Street Journal. Para o especialista, esta pode ser a principal explicação para a perda de quota de mercado da Reebok.