Wagner Moura e favelas. À lembrança vêm imediatamente os filmes “Tropa de Elite” e o papel de Capitão Nascimento. Mas não. Em “Lixo”, que estreia esta quinta-feira em Portugal, Wagner Moura não é um “bope”, mas sim um homem perseguido, que não confia nas autoridades, e cuja carteira é encontrada por dois jovens brasileiros no lixão onde trabalham. A história começa quando a polícia tenta comprar a carteira, e quiçá o silêncio, por uma soma avultada.

Se one man’s garbage is another man’s gold, este “Lixo” é ouro. Pelo menos para o público do Festival de Cinema de Roma, que no passado fim de semana fez com que o filme fosse o grande vencedor do evento, no primeiro ano em que este modelo de voto foi implementado. Para trás ficaram, por exemplo, “Em Parte Incerta” de, David Fincher, e a série “The Knick“, de Steven Sodenbergh.

Coproduzido entre Brasil e Inglaterra e escrito por Richard Curtis, com base no livro de Andy Mulligan, “Lixo” foi filmado no Rio de Janeiro sob os comandos do mesmo britânico que já deu ao mundo filmes como “Billy Elliot” e “As Horas”, Stephen Daldry.

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Os nomes de Wagner Moura, Selton Mello, Martin Sheen e Rooney Mara são os que saltam à vista. Mas o filme é suportado por três adolescentes estreantes nestas andanças. Rickson Tevez vem do bairro da Rocinha e Gabriel Weinstein do Cidade de Deus, apenas Eduardo Luis é proveniente de um bairro de classe média, Inhaúma. Desde o começo até ao final do processo de seleção, passou um ano, pode ler-se nas notas de produção do filme.

Os três entram “numa roubada” (gíria brasileira para confusão), apenas por terem encontrado uma carteira na lixeira onde dois deles procuram o sustento diário para a família. A polícia não é o que devia ser e assim começa uma viagem de fuga aos polícias corruptos e ao encontro dos segredos que a carteira esconde.

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