O foco mais provável da Legionella encontra-se na empresa Adubos de Portugal, em Alverca, revelou esta terça-feira de manhã o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva. Ainda esta tarde será desencadeada uma ação inspetiva extraordinária na instalação, sendo que as autoridades não descartam para já outros focos. Cada vez mais fora de suspeitas parece estar a rede de águas.

“Foi hoje decidido desencadear uma ação inspetiva extraordinária relativamente à empresa Adubos de Portugal, que vai ocorrer nas próximas horas, para averiguação de eventual crime ambiental por libertação de micro-organismos para o meio ambiente”, anunciou Jorge Moreira da Silva. A inspeção ficará a cargo da Inspeção Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território.

O ministro frisou ainda, por várias vezes, que “o foco mais provável está relacionado com as torres de refrigeração e não com a rede de água” e que, para já, não se podem descartar outras torres, de outras empresas, sendo que o “foco” estará controlado à partida pois “as torres foram encerradas no domingo”. Certezas absolutas só quando houver resultados definitivos das análises feitas nos últimos dias e que se encontram em cultura.

A ADP Fertilizantes, integrada no Grupo Fertiberia, tem como principais atividades a produção e comercialização de fertilizantes para a agricultura. Em Portugal é líder no mercado de fertilizantes, comercializando produtos de fabricação própria, nomeadamente adubos sólidos, adubos líquidos, bioestimulantes e corretivos agrícolas.

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Análises positivas à Legionella na Solvay

Outra das empresas que acusou positivo à bactéria Legionella foi a fábrica de produtos química da Solvay, localizada na Póvoa de Santa Iria. Em causa estão duas das doze torres de refrigeração. A subdiretora da Direção Geral de Saúde, Graça Freitas, já tinha admitido ao jornal Público que a Solvay não seria o único local onde foi detetada uma colónia de bactérias.

O porta-voz da Solvay, Mário Branco, em declarações à RTP, admitiu que ainda não é possível saber-se o nível exato do contágio da água nem a sua “perigosidade”. Ainda assim, garantiu que a empresa vai proceder a uma limpeza e desinfeção completa das torres da refrigeração.

Quando questionado sobre quão demorado poderia ser o processo, Mário Branco afirmou que a limpeza completa das torres poderia durar um dia ou mais. De todo modo, para já, as torres de refrigeração vão permanecer encerradas, apesar de a fábrica continuar a laborar normalmente.

Uma das pessoas internadas no Hospital do Barreiro trabalhava nesta unidade da Solvay e existe ainda um outro trabalhador com suspeitas de estar contaminado.

As análises serão repetidas pelo Instituto Ricardo Jorge e por outra empresa externa a pedido da empresa, mas só depois do tratamento de desinfeção estar completo.

A fábrica de produtos químicos pertence à multinacional belga Solvay, que chegou a empregar 400 pessoas na cidade de Póvoa de Santa Iria. Todavia, em junho de 2013, a empresa iniciou um plano de reestruturação que levou ao despedimento coletivo de 151 pessoas e ao encerramento da sua principal unidade de produção, a fábrica de produção de carbonato de sódio e de derivados.