O Presidente russo, Vladimir Putin, deixou hoje Brisbane, na Austrália, antes do final da cimeira do G20, na qual foi alvo de fortes críticas por causa da crise ucraniana.

O avião que transportava Putin descolou de Brisbane pelas 14h15 (04h15 em Lisboa) antes da publicação do comunicado final do G20, segundo imagens transmitidas pelos organizadores do G20 e citadas pela AFP.

A cimeira do G20 foi dominada pelas fortes tensões entre os países ocidentais e a Rússia, bastante criticada pela Austrália, Reino Unido e Canadá pelo seu papel na crise ucraniana.

Os dirigentes dos países anglo-saxónicos acusaram Moscovo de ser uma “ameaça para o mundo”, e de procurar restaurar “a glória perdida do czarismo ou da antiga União Soviética”.

Por sua vez, Putin destacou o ambiente e discussões “construtivas” no âmbito da cimeira, mesmo se “alguns pontos de vista” da Rússia “não coincidam” com os dos restantes países do G20.

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Por outro lado, o Presidente russo advertiu que a imposição de sanções “prejudica todas as partes”, respondendo assim às críticas pela intervenção russa na Ucrânia e a eventuais novas sanções da União Europeia e Reino Unido.

O Presidente russo afirmou que a Rússia fará todo o possível para evitar uma escalada de tensão e melhorar a situação no leste da Ucrânia e mostrou-se otimista, ao assegurar que “se veem tendências, condições e progressos prometedores”.

“Creio que a situação vai melhorar”, disse o Presidente russo numa conferência de imprensa difundida pelos órgãos de comunicação russos.

Putin sublinhou que o conflito não foi abordado nas discussões do grupo, que estiveram centradas no crescimento económico, mas sim em reuniões bilaterais.

“A Rússia tem os seus motivos e eles expressaram-me as suas preocupações”, indicou o Presidente russo, que referiu que a sua prioridade são os interesses das pessoas que vivem na zona de conflito.

Putin criticou a decisão do governo ucraniano de introduzir várias medidas de bloqueio económico em relação às regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.