O papa Francisco reuniu-se esta segunda-feira com o seu “conselho de ministros” para deliberar sobre projetos concretos para a reforma da Cúria, que poderá estar finalizado em fevereiro, revelaram fontes próximas do Vaticano.

Esta reforma poderá fazer desaparecer vários conselhos pontifícios, fundindo-os em entidades maiores.

O objetivo do papa é racionalizar e modernizar uma administração que é muito dispendiosa. Esta reforma exigirá uma profunda reformulação para encontrar novas atribuições a cardeais e funcionários laicos cujos postos de trabalho tenham desaparecido.

Segundo o jornal francês La Croix, os “ministros receberam com antecedência um projeto do novo organigrama sobre o qual são chamados a dar a sua opinião”.

O papa reúne-se somente duas ou três vezes por ano com estes responsáveis das congregações, que são uma espécie de conselho de ministros.

Entre 09 e 11 de dezembro, o “C-9”, o conselho de nove cardeais dos cinco continentes que aconselham o papa independentemente da Cúria, irá reunir-se para examinar as suas conclusões, antecipando uma reunião chave que acontecerá em fevereiro, de acordo com fontes do Vaticano.

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Segundo as mesmas fontes, a principal novidade da reforma será a criação de uma grande congregação para os laicos, fundindo vários serviços do Vaticano, que poderá ser assumido por uma mulher, por ou um laico ou por um casal, com o objetivo de dar mais espaço aos laicos e mulheres na direção da Igreja.

Outra fusão poderá acontecer em todos os serviços que se ocupam com questões de justiça social: migrantes, saúde, organizações de caridade, justiça e paz.

Os conselhos de cultura e da educação católica devem igualmente fundir-se, segundo o vaticanista Marco Tosatti.

O papa Francisco já procedeu uma grande reforma nos serviços económicos e financeiros do Vaticano, que está sob a alçada da secretária da Economia. Esta secretaria é dirigida pelo cardeal australiano George Pell.

Os serviços de comunicação (escritório de imprensa, rádio, televisão, comunicações sociais, jornal) – sob a direção do antigo governador britânico de Hong Kong, lord Cris Patten, nomeado em julho de 2014 — são atualmente objeto de uma auditoria que tem com o objetivo uma reforma, da qual os contornos serão conhecidos em 2015.