Os 6,6 milhões de imigrantes que vivem na Alemanha estão a ajudar o país a equilibrar o sistema de segurança social do país. Um estudo publicado esta quinta-feira pelo instituto ZEW, citado pelo “The Wall Street Journal”, diz que o país está a ter um ganho financeiro “considerável” com a chegada de estrangeiros, que se intensificou com a crise europeia.

Em 2012, os imigrantes na Alemanha entregaram ao Estado federal alemão mais do que receberam. Em média, pagaram mais 3.300 euros em impostos e contribuições para a segurança social do que receberam em benefícios sociais. Segundo o estudo do instituto de pesquisa privado ZEW, encomendado pela Fundação Bertelsmann, isto levou a uma entrada líquida de 22 mil milhões de euros no cofres do Estado alemão nesse ano.

Para o sistema nacional de pensões da Alemanha, que se debate com as mesmas questões de sustentabilidade que boa parte dos outros países europeus, esta é uma tendência que vem aliviar a pressão.

Os estrangeiros que vivem na Alemanha não são um fardo para o sistema de segurança social alemão, pelo contrário“, escreve Holger Bonin, o académico que liderou os trabalhos de elaboração do estudo. A revelação vem, escreve o “The Wall Street Journal” esvaziar os argumentos dos partidos mais conservadores da Alemanha e de alguns responsáveis políticos próximos de Angela Merkel e do governo que lidera.

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Uma sondagem realizada em 2012 (também encomendada pela Bertelsmann) indicou que dois terços dos alemães achavam que os imigrantes eram um fardo para a segurança social.

“Crise nos países do Sul trouxe população qualificada”

“A Alemanha tem ganho com a imigração e é provável que vá continuar a beneficiar dela no futuro”, acrescenta o ZEW. O instituto acrescenta que “a crise no países do Sul da Europa trouxe uma população ativa qualificada para a Alemanha“.

O autor principal do estudo, Holger Bonin, alerta, contudo, que “esta situação não durará para sempre”, pelo que “a Alemanha tem de tornar-se um país atrativo para os imigrantes, caso contrário o sistema de segurança social, as finanças públicas e o mercado de trabalho vão ficar sob pressão devido às mudanças demográficas”. A Alemanha tem uma das taxas de natalidade mais baixas da Europa.