O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apelou nesta quinta-feira a todos os países membros e aos cidadãos para apoiarem, “naquilo que puderem”, os afetados pela erupção vulcânica na ilha cabo-verdiana do Fogo. Em declarações à agência Lusa, à margem de uma conferência sobre a responsabilidade social das empresas e instituições na luta contra a fome, realizada hoje em Lisboa, Murade Murargy indicou que está a acompanhar os acontecimentos na ilha do Fogo “com grande apreensão” e apelou aos governos e cidadãos para apoiarem naquilo que for preciso.

“Estamos a acompanhar com grande apreensão o que se está passando na ilha do Fogo, em Cabo Verde. É um país membro da CPLP e merece toda a nossa solidariedade neste momento difícil”, apelou Murade Murargy. O embaixador deu conta que a organização que dirige já lançou um apelo a todos os membros na sua página oficial na Internet e que está a tentar mobilizar os cidadãos para “apoiar naquilo que Cabo Verde precisa de urgência”.

Também informou que vai encontrar-se com o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, no dia 17 de dezembro, em Lisboa, à margem da cimeira luso-cabo-verdiana, para traçar as prioridades da ajuda. “Da visita que vai fazer a Portugal para participar na cimeira [José Maria Neves] manifestou o interesse em conversar comigo e sempre que vem para cá tomo a iniciativa de o encontrar. Além de ser primeiro-ministro de Cabo Verde é um amigo e convém discutirmos, efetivamente, o que é que se pode fazer mais para apoiar o país”, referiu.

Murade Murargy disse que cada um dos restantes oito países que compõem a comunidade está a “responder individualmente”, e deu o exemplo de Portugal, que enviou a fragata Álvares Cabral com apoio humanitário, um helicóptero, técnicos e especialistas em diversas áreas.

Além de Cabo Verde e Portugal, a CPLP integra Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A erupção vulcânica na ilha do Fogo começou no dia 23 de novembro e até ao momento, a lava expelida já destruiu mais de 50 habitações e outras tantas cisternas de água, currais, várias casas de apoio à agricultura e uma vasta área de terreno agrícola.

Também consumiu a sede do Parque Natural do Fogo, uma escola básica, um hotel e obrigou a evacuação da localidade de Chã das Caldeiras, com mais de 1200 pessoas, mas até agora não provocou vítimas. Esta quinta-feira, a atividade do vulcão manteve-se calma, estando a lava praticamente estagnada há mais de 24 horas, informou o coordenador das operações do Serviço Nacional de Proteção Civil, Nuno Oliveira.

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