O presidente da Associação Sindical das Chefias do Corpo da Guarda Prisional disse este domingo que o homicídio de um recluso na prisão do Linhó resulta da “rutura dos serviços prisionais” e de uma “manifesta falta de guardas”. Um homem de 26 anos foi morto esta manhã no estabelecimento prisional do Linhó, Sintra, e a Polícia Judiciária (PJ) encontra-se no local a investigar o crime e a interrogar reclusos, adiantou fonte oficial.

O presidente da associação sindical, Mateus Dias, disse ter “a certeza absoluta” que não havia nenhum guarda a vigiar os pátios do estabelecimento prisional do Linhó quando o crime foi cometido, e que isso se deve a uma insuficiência do número de efetivos para as reais necessidades dos estabelecimentos. “Hoje só estavam 40 guardas escalados e isso é manifestamente pouco. Há zonas prisionais que todos os dias estão sem guardas. É lógico que os reclusos tomam conta destes espaços”, disse Mateus Dias.

Ainda que reconheça que é normal haver menos guardas de serviço em período de fim de semana, por também haver menos tarefas para cumprir nestes dias, o presidente da associação sindical das chefias da guarda prisional sublinhou que mesmo durante a semana se verificam casos de reclusos sem qualquer vigilância ou supervisão, não só no Linhó como em outros estabelecimentos prisionais do país.

Mateus Dias adiantou que o recluso que foi morto na sequência de um conflito no período de recreio foi ainda transportado com vida pelos companheiros para os serviços clínicos da prisão, onde acabaria por morrer, não resistindo aos ferimentos. O INEM, acrescentou o presidente da associação sindical, foi chamado ao local, tendo declarado o óbito.

O homem encontrado morto estava detido por roubo. O crime terá sido cometido com uma arma branca, que até meio da tarde não foi encontrada. A procuradora do Ministério Público de Cascais de turno já tomou conta da ocorrência, adiantou a mesma fonte.

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