Atribuir a pobreza a um número elevado de filhos é “simplista”, disse o Papa Francisco na audiência geral semanal, citado num comunicado da Agência Eclésia. O testemunho do líder da Igreja Católica esta quarta-feira vem tentar esclarecer o que disse na segunda-feira em conferência de imprensa – os bons católicos não precisam de procriar “como coelhos” e o ideal é que as famílias tenham três filhos.

“Ouvi dizer que as famílias com muitos filhos e o nascimento de tantas crianças estão entre as causas da pobreza. Parece-me uma opinião simplista”, lamentou o Papa na audiência geral semanal. “Posso dizer, podemos todos dizer, que a principal causa da pobreza é um sistema económico que retirou a pessoa do centro e ali colocou o deus dinheiro.”

Depois de ter visto muitas crianças abandonadas nas ruas das Filipinas, o Papa Francisco apelou a uma parentalidade mais responsável e defendeu que as famílias recorreram aos métodos contracetivos naturais. “Acredito que três crianças por família, segundo o que dizem os especialistas, é o número chave para sustentar a população”, acrescentou o bispo de Roma durante a conferência de imprensa de segunda-feira.

Agora, sentiu necessidade de esclarecer as declarações e mostrar a importância das famílias, incluindo as numerosas. “Habituamo-nos a ver pessoas descartadas [crianças, idosos, desempregados] e este é o motivo principal da pobreza, não as famílias numerosas”, disse o Papa na audiência geral semanal. “Dá consolação e esperança ver tantas famílias numerosas que acolhem os filhos como um verdadeiro dom de Deus. Elas sabem que cada filho é uma bênção.”

A valorização destas famílias já tinha sido reforçada pelo líder da Igreja Católica a 28 de dezembro quando recebeu no Vaticano delegações de famílias numerosas. “Num mundo muitas vezes marcado pelo egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade e de partilha.”

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