Os 32 elementos de diferentes grupos da oposição tolerada por Damasco e seis membros da delegação oficial liderada pelo embaixador da Síria junto da ONU reuniram-se pouco depois das 10h00 locais (07h00 em Lisboa) numa residência da diplomacia russa, indicou um dos participantes do encontro à agência AFP.

Trata-se das primeiras conversações entre membros da oposição, designadamente representantes da Comissão de Coordenação Nacional para as Forças da Mudança Democrática e dos Curdos, e responsáveis do regime sírio desde o diálogo de Genebra II, realizado em fevereiro do ano passado.

Contudo, do diálogo, patrocinado pelo Kremlin, não se esperam grandes resultados atendendo a que o principal grupo da oposição a Damasco — a Coligação Nacional — recusou participar.

A coligação nacional da oposição síria, sediada em Istambul, considera que as discussões deveriam ter lugar sob a égide das Nações Unidas num país “neutro” e não na Rússia, inabalável apoiante de Damasco.

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“Nós trouxemos uma lista de dez pontos. Para evitar cometer os mesmos erros que a oposição em Genebra II, não vamos abordar de imediato a questão de um governo de transição”, afirmou o mesmo responsável à agência noticiosa francesa.

Entre as prioridades da oposição presente no encontro em Moscovo figuram o fim dos bombardeamentos, a libertação de prisioneiros políticos, “em especial de mulheres e crianças”, bem como “os mecanismos para a entrega de ajuda humanitária”. “Estas primeiras discussões não são mais do que o início de um longo processo” de paz, sublinhou a mesma fonte, sob a condição de anonimato.

Após a primeira sessão da manhã, está previsto um encontro com o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov, depois do meio-dia e antes de retomarem as conversações na parte da tarde. As discussões devem prosseguir na quinta-feira. A oposição síria esteve reunida na segunda e na terça-feira para concertar uma posição comum.

Mais de 200 mil pessoas morreram na Síria desde o início do conflito, em março de 2011, de acordo com dados da ONU.