A brigada jihadista feminina al-Khanssaa publicou um guião sobre como deve viver uma mulher ao abrigo do regime do Estado Islâmico (EI), noticiou o Guardian. O guião “Women of the Islamic State: Manifesto and Case Study” (na tradução em inglês) que indica com que idade as mulheres devem casar e outras recomendações de comportamento, foi traduzido para inglês pela Fundação Quilliam, cujo objetivo é combater o extremismo.

As mulheres devem, idealmente, estar casadas antes de chegarem aos 17 anos, mas podem fazê-lo a partir dos nove. Contudo, as mulheres da al-Khanssaa só podem alistar-se na brigada se forem solteiras e tiverem entre 18 e 25 anos. O guião indica que as mulheres do Estado Islâmico devem estar protegidas pelo véu, acrescentando que as lojas de roupa e os salões de beleza são obra do demónio.

Segundo o Estado Islâmico, o trabalho corrompe as mulheres, por isso não devem trabalhar. Porém, as mulheres da brigada são compensadas monetariamente pelo trabalho desenvolvido, embora não possam ter outro ’emprego’. A brigada al-Khanssaa foi criada há cerca de um ano pelo Estado Islâmico com o objetivo de detetar ativistas masculinos que se disfarçam de mulheres para escapar à fiscalização nos postos de controlo vigiados pelo EI, refere o Consórcio para a Investigação e Análise do Terrorismo. Mas em países ocidentais, como o Reino Unido, podem ter um papel mais ativo em punir as mulheres que têm um comportamento que não segue as recomendações islâmicas, conforme indica o Daily Mail.

Sem poderem trabalhar e aconselhadas a permanecer sempre dentro de casa, as mulheres jihadistas podem sair excecionalmente para servir a comunidade – para promover a jihad quando não existirem homens disponíveis, para estudar religião e, caso sejam médicas ou professoras, estão autorizadas a sair se cumprirem a sharia (lei islâmica).

O manifesto faz recomendações por idades, conforme revelou o Guardian:

  • Dos sete aos nove anos O documento inclui três lições: fiqh (compreensão humana da sharia) e religião, Alcorão em árabe (escrito e lido) e ciência (contabilidade e ciências naturais)
  • Dos dez aos 12 anos Continuam os estudos religiosos relacionados com a fiqh, sobretudo sobre as mulheres, o casamento e o divórcio. Ensinam-se competências como aprender a cozinhar, bordar e costurar.
  • Dos 13 aos 15 anos Aumenta o foco na sharia e na aprendizagem de trabalhos manuais, incluindo aqueles que se relacionam com os filhos, mas diminuem os estudos em ciência. Começa a aprendizagem da história do Islão e dos profetas. Esta é a idade ideal para o casamento, que pode acontecer aos 16 ou 17 anos nas raparigas “mais puras”.

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