O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, saiu este sábado satisfeito da primeira reunião com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, assegurando que “o país não terá problemas” e anunciando o fim do boicote do maior partido de oposição ao parlamento.
“O país não terá problemas, porque da maneira como nos conhecemos, como conversámos — muitas horas os dois –, tudo correu bem”, disse Afonso Dhlakama, que evitou pormenorizar o conteúdo das duas horas e meia de reunião com Nyusi, este sábado de manhã num hotel em Maputo.
Este foi o primeiro encontro protagonizado por Dhlakama e Nyusi desde que a Renamo protestou contra a vitória da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) a 15 de outubro, alegando numerosas irregularidades eleitorais que acabaram por ser rejeitadas pelo Conselho Constitucional. Dhlakama considerou, então, que a posse do agora presidente moçambicano era “ilegal”.
A Renamo tem até 11 de fevereiro para ocupar os seus lugares na legislatura, escreve a Bloomberg. O partido no poder conseguiu 144 lugares numa assembleia que acolhe até 250 membros, enquanto a oposição chegou aos 89 deputados e o Movimento Democrático de Moçambique outros 17. A Frelimo está ao poder desde que Moçambique ganhou a sua independência de Portugal, em 1975. Enfrentou uma guerra civil de 17 anos com a Renamo no outro lado da barricada, um conflito que foi dado por terminado em 1992.
Dhlakama planeia encontrar-se com Nyusi nos próximos dias para continuar as negociações que, ao que parece, estão bem encaminhadas.