Como é que o amigo de Sócrates juntou 23 milhões de euros numa conta na Suíça? A questão é esta segunda-feira levantada pelo jornal Público, que consultou informações da Autoridade Tributária e fez contas a todos os rendimentos pagos ao empresário nos últimos 18 anos.

No total, foram 4,7 milhões de euros declarados pelo serviço a várias empresas, algumas de que é proprietário. Um valor aquém daquele que terá transferido de Suíça para Portugal ao abrigo de um programa de regularização tributária. Uma parte estará depositada em várias contas, outra terá sido investida em imobiliário, nomeadamente em três apartamentos comprados à mãe de Sócrates.

O histórico de declarações das empresas onde o empresário prestou serviço mostra que, desde 1996, lhe foram pagos 4,606 milhões de euros. Em relação a 2001, não existem valores declarados. 2009 foi o ano mais rentável, em que Santos Silva recebeu 865 mil euros, 325 mil euros dos quais através da empresa Lena, Engenharia e Construção SA. As outras empresas que declararam pagar-lhe, como a Oficina de Engenheiros, a Lobege, Gestão Imobiliária e Construção Civil LDA e a Proengel são sociedades em que Santos Silva é sócio.

O jornal Público tentou falar com a advogada de Santos Silva, Paula Lourenço, mas esta não esclareceu a discrepância entre os valores patrimoniais do empresário amigo de Sócrates com os valores declarados. Santos Silva encontra-se em prisão preventiva suspeito de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. Já estava a ser investigado no âmbito de outro processo. E terá sido a partir dessa investigação que o Ministério Público chegou a José Sócrates.

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