Um corte de 100 mil milhões de euros no valor total da dívida pública da Grécia, que é de 320 mil milhões, seria “razoável” e permitiria que o fardo da dívida grega em função do produto interno bruto (PIB) se tornasse “sustentável” e em linha com as metas definidas pelas regras internacionais. O cálculo é da Lazard Ltd., a consultora que o Governo grego contratou para o assessorar na gestão da dívida pública. Uma consultora que diz que a troika empurrou a economia grega contra uma parede.

Em entrevista à rádio francesa France Inter, Matthieu Pigasse, responsável pela equipa de Paris da Lazard, considera que um rácio de 120% da dívida face ao PIB em 2020 é “um objetivo que me parece razoável e que permitiria, efetivamente, colocar a dívida grega numa trajetória sustentável”. A Grécia convive atualmente com um rácio de dívida/PIB na ordem dos 175%, segundo as estimativas mais recentes.

“A Grécia está numa situação de dificuldades financeiras, vive uma crise humanitária como nunca houve na Europa desde a Segunda Grande Guerra”, afirma o francês Matthieu Pigasse, acrescentando que “a cura pela austeridade que foi imposta na Grécia por aquilo que é conhecido como a troika levou a um verdadeiro desastre“. Por outras palavras, a troika “empurrou a economia grega contra uma parede“, diz o especialista.

Os ministros das Finanças do Eurogrupo estarão quarta-feira reunidos para discutir a situação da Grécia. É uma reunião extraordinária em torno da qual estão geradas grandes expectativas e onde a Grécia irá pedir um plano de curto prazo para dar tempo para que se discuta uma revisão profunda do programa de ajustamento da Grécia.

É absolutamente necessário que haja um esforço” nestas negociações, diz Matthieu Pigasse, notando que a dívida pode ser reduzida de várias formas, sem dar mais detalhes.

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