A Casa Branca admitiu esta quinta-feira que pode deixar cair a cobertura diplomática de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), mesmo depois de o primeiro-ministro israelita ter negado que recuse a criação de um Estado palestiniano. Apesar do recuo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na sua promessa eleitoral, dirigentes norte-americanos afirmaram que o veterano líder israelita vai ter de demonstrar o seu compromisso com as negociações para uma solução com os dois Estados.

“Os passos que os EUA têm dado na ONU têm tido como pressuposto a ideia de que a melhor solução é a dos dois Estados”, afirmou John Earnest, porta-voz da Presidência dos Estados Unidos. “Agora, o nosso aliado disse que já não está comprometido com esta solução. Isto significa que temos de reavaliar a nossa posição neste assunto”, acrescentou.

Os EUA – membro com poder de veto do Conselho de Segurança da ONU – têm-se oposto com frequência a decisões na ONU que visam reconhecer o Estado palestiniano, além de proteger Israel em várias votações lideradas frequentemente pelos Estados árabes contra o Estado judaico por várias causas, incluindo alegadas violações dos direitos humanos.

Vários dirigentes, que falaram ao New York Times sob anonimato, adiantaram que o governo de Obama deve concordar com uma resolução do Conselho de Segurança a consagrar uma solução de dois Estados. Inquirido sobre a possibilidade de os EUA retirarem a proteção diplomática de Israel na ONU, um dirigente sénior disse que a decisão, apesar de ainda não estar tomada, “não foi retirada da mesa”.

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Não quero uma solução de um Estado”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu que continua empenhado na formação de um Estado Palestiniano se as circunstâncias melhorarem, num recuo face ao que tinha dito durante a campanha, já que vinha rejeitando essa solução.

“Não quero uma solução de um Estado”, disse Benjamin Netanyahu em entrevista à televisão norte-americana MSNBC. “Quero uma solução pacífica, de dois Estados. Mas, para isso, as circunstâncias têm de mudar”, afirmou o primeiro-ministro israelita, alertando que a responsabilidade está do lado dos Palestinianos, que têm de aceitar a existência de Israel.