Com a notícia dos resultados eleitorais da região autónoma da Andaluzia ainda a concentrar toda a atenção mediática espanhola no final da noite de domingo, uma outra notícia surgiu pelo caminho: o carismático líder do Podemos, Pablo Iglesias, e a ex-dirigente do partido da Esquerda Unida, que namoravam desde 2011, estão oficialmente separados. A revelação, que caberia nas páginas das revistas cor-de-rosa, foi anunciada formalmente pelo Facebook ainda a contagem dos votos estava por terminar e acabou por ir parar às páginas dos jornais espanhóis de referência.

Ainda se apuravam as últimas freguesias e contavam os últimos boletins de voto na Andaluzia quando as redes sociais começaram a fazer soar os sinais de alarme. Numa publicação assinada pelos dois e divulgada através das suas contas de Facebook, Pablo Iglesias e Tania Sánchez começam por lamentar o facto de terem de fazer anúncios públicos sobre a sua vida privada, e terminam mostrando apreço e amizade entre os dois.

“Oxalá não tivéssemos que escrever isto aqui. Oxalá a nossa vida privada pudesse ser só nossa, mas para nós isso deixou de ser possível. Escrevemos isto para evitar rumores e debates mal-intencionados, e pedimos respeito: os assuntos pessoais não deviam ser objeto de debate público, embora os protagonistas sejam figuras públicas”, lê-se na mensagem, onde surge a notícia de que “já não somos um casal”.

Terminando com uma assinatura conjunta – “Tania e Pablo” – e até com breves dedicatórias de admiração e orgulho de ambas as partes, os dois anunciam a separação e arrumam o assunto deixando claro que “esta é a única declaração pública que fazemos sobre o assunto”. Segundo o El País, os dois confirmaram àquele jornal a veracidade da mensagem, não querendo acrescentar mais nada sobre o assunto.

Rapidamente a revelação da sua vida privada começou a ser conotado com um certo valor político. Primeiro porque, não obstante os rumores da separação que já circulavam há mais de três meses em Madrid, o dia escolhido para fazerem o anúncio foi precisamente o dia da ida às urnas na Andaluzia, que foi encarado como o primeiro grande teste ao Podemos para o ano eleitoral que tem pela frente (o partido de Pablo Iglesias acabou por conseguir eleger 15 deputados, sendo a terceira força política mais votada, mas ficando abaixo das expectativas).

E depois porque surge numa altura em que estão a ser negociadas alianças pré-eleitorais à esquerda para as eleições legislativas nacionais de novembro, e apenas menos de um mês depois de Tania Sánchez ter abandonado a Esquerda Unida para formar um novo partido madrileno.

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