O antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso reiterou que o risco de a Grécia sair do Euro é hoje maior, uma vez que os riscos de contágio para os restantes Estados-membros “é muito menor”.

“O risco para os outros países europeus [devido a uma saída da Grécia do Euro] é muito menor. Em 2008, 2009 e em 2011 fizemos um grande esforço, tudo ao nosso alcance, para manter a Grécia na Zona Euro. Agora há uma maior probabilidade, porque os riscos de contágio são muito menores”, disse Durão Barroso, na Cimeira do Conselho Mundial do Turismo e Viagens, em Madrid.

O ex-presidente da Comissão considerou que “seria um erro se a Grécia não ficasse na Zona Euro”, mas recordou que a permanência depende de um “acordo com os outros 18 membros da Zona Euro, que está a ser muito difícil”.

Por isso mesmo apelou ao “sentido de responsabilidade do Governo grego”, porque depende dele “entender que há acordos que devem ser respeitados”.

Por outro lado, pediu “flexibilidade dos outros membros” quanto à Grécia, devido “aos tempos difíceis pelos quais os gregos passaram”.

“Mas por uma questão de consistência na Zona Euro, não podemos mudar os acordos com a mudança de um Governo”, disse.

Uma saída da Grécia da Zona Euro, disse Barroso, “seria o quebrar de um tabu”, um sinal de que a União não apoio totalmente os seus membros.

E sublinhou que não foi Bruxelas a criar os problemas gregos, mas sim os governantes helénicos.

“Não é verdade que tenha sido a União Europeia a criar os problemas da Grécia, isso foram os sucessivos governos gregos – com o acumular descontrolado de dívida – e ao terem fornecido dados errados, falsos às estruturas da União”, contrapôs ainda Durão Barroso.

O ex-presidente falava no primeiro dia da 15.ª Cimeira do Conselho Mundial de Turismo e Viagens, que se realizou pela primeira vez este ano em Madrid.

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