O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou esta terça-feira, perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, que a resposta do Conselho Europeu à tragédia humana que se vive no Mediterrâneo “foi imediata mas insuficiente”.

Num debate no hemiciclo sobre as conclusões da cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia celebrada na passada quinta-feira, em Bruxelas, após o naufrágio de 19 de abril que provocou cerca de 800 mortos, o presidente do executivo comunitário considerou que as conclusões adotadas foram “inferiores ao nível de ambição” que a situação exige.

Felicitando-se por a sua proposta de triplicar o orçamento da “operação Triton” (para 120 milhões de euros) ter sido aprovada, “após algumas hesitações iniciais”, compensando assim o abandono da operação “Mare Nostrum” — “o que foi um erro que custou vidas”, assinalou -, Juncker lamentou que os líderes europeus não tenham ido mais longe.

“Não basta combater os sintomas da crise. É essencial fazer tudo para evitar que pessoas infelizes tenham que apanhar o barco. É essencial que os Estados-membros aumentem a ajuda ao desenvolvimento”, defendeu Juncker, que quer também ver reforçada a solidariedade entre os Estados-membros ao nível de recolocação de refugiados.

Juncker lembrou que a Comissão vai apresentar, a 13 de maio, uma proposta de sistema de recolocação de refugiados e apontou que é necessário tratar “com toda a urgência das questões em torno da migração legal”, pois os problemas existentes com a “porta” de entrada para a Europa é que levam muitos procurar entrar “pela janela”.

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