PSD e CDS-PP reuniram hoje dirigentes nacionais e distritais para tratar da estrutura orgânica da coligação para as legislativas com “sentimento de vitória” e remeteram para data “surpresa” a divulgação do seu programa eleitoral.

“Nós temos primado pela surpresa, portanto, vamos mantendo isto na base da surpresa, que tem sido bastante útil porque, por um lado, permite também que se evite algum tipo de especulação, e, por outro lado, julgo que temos escolhido datas bem simbólicas para fazer coisas interessantes, como foi o caso do 25 de Abril”, declarou o porta-voz e vice-presidente do PSD aos jornalistas.

Marco António Costa fez esta declaração depois de questionado sobre o momento em que os eleitores vão conhecer o programa eleitoral da coligação PSD/CDS-PP, numa conferência de imprensa conjunta com o vice-presidente e líder parlamentar dos centristas, Nuno Magalhães, na sede nacional do PSD, em Lisboa.

Esta conferência de imprensa realizou-se a meio de uma reunião entre dirigentes nacionais e das estruturas das distritais dos dois partidos. “O sentimento desta reunião, para já, e certamente será extensível ao restante, é um sentimento de vitória”, declarou o vice-presidente do CDS-PP.

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Quanto ao formato da campanha para as legislativas, Nuno Magalhães disse que “os presidentes dos dois partidos estarão convictos e com força na campanha”, não esclarecendo se Pedro Passos Coelho e Paulo Portas vão fazer campanha juntos ou em separado, uma pergunta que tinha sido colocada pela comunicação social.

Por sua vez, Marco António Costa antecipou-se a questões sobre o nome e as listas da coligação PSD/CDS-PP, afirmando que essas tarefas só serão tratadas “muito mais à frente”, e apontando como prioridades atuais “conjugar o trabalho que a nível programático está feito opor um e outro partido” e “associar as estruturas distritais”.

O porta-voz do PSD referiu que, se as legislativas forem a 27 de setembro ou a 4 de outubro, as listas de candidatos terão de ser entregues entre 17 e 24 de agosto. “Por norma, os partidos resolvem essas questões dez dias antes nos seus conselhos nacionais”, salientou.

Segundo Nuno Magalhães, esta primeira reunião entre estruturas distritais do CDS-PP e do PSD destina-se a “mobilizar as pessoas, dinamizar a coligação, entrosar as estruturas partidárias”, com a ressalva de que haverá “independentes” nas listas da coligação.

Marco António Costa adiantou que se iniciou hoje o processo de “constituição de órgãos próprios de coordenação política” da coligação, que incluem “uma comissão política distrital que congregará representantes dos dois partidos” e “uma direção de campanha”.

“A estrutura orgânica que enquadrará o funcionamento da coligação” inclui também “uma comissão executiva distrital” e “mandatários distritais”, completou o vice-presidente do CDS-PP, reiterando que “os partidos estão com uma ilusão muito forte de ganhar” as legislativas.

Os dois dirigentes sustentaram que nessas eleições os portugueses vão escolher entre um projeto realista de recuperação económica e de poder de compra da coligação PSD/CDS-PP e um projeto de ilusão e facilitismo apresentado pelo PS.

O vice-presidente do PSD insistiu no apelo aos partidos para que “mostrem abertura de princípio para sujeitarem a uma auditoria independente as suas propostas relativamente ao futuro”.