As padarias na França são consideradas um serviço público e os padeiros, até há pouco tempo, não podiam tirar férias quando queriam. A autoridade administrativa da cidade definia quando um padeiro podia fechar o estabelecimento para férias. O objetivo desta lei era garantir que todos os franceses tivessem pão fresco perto de casa em todas as alturas do ano. No entanto, o governo decidiu acabar com a lei, numa tentativa de liberalizar os mercados de trabalho e estimular o crescimento dos mesmos.

Esta decisão está a causar a indignação de muitos franceses, uma vez que é difícil encontrar pão fresco em todos os locais.

Rémi Héluin, o fundador do blog Painrisien (um blog sobre as padarias parisienses) é um dos indignados. “Os parienses estão numa situação grotesca”, refere. Acrescenta ainda “Muitos dos padeiros decidiram fechar ao mesmo tempo, tendo existido uma falta de coordenação total”. Segundo Rémi, cerca de dois terços das padarias estão fechadas, o que faz com que encontrar pão fresco seja difícil.

Já os padeiros estão satisfeitos com esta decisão. Morgan Marie, padeiro há oito anos em Paris, refere que muitas vezes não compensava ficar aberto no mês de agosto. “Se todos os meus clientes estão de férias não é rentável. É melhor eu poder abrir a padaria quando eu quero. E não é assim tão mau se os clientes tiverem que andar um pouco mais durante algumas semanas para terem pão em agosto”, refere Morgan.

As padarias que continuam abertas aproveitam para ganhar algum dinheiro extra. Arnand Anita, gerente de “A la Flûte Enchantée” refere que pretendem atrair clientes para a sua padaria e fazer com que os mesmos se mantenham fiéis, uma vez que são um dos poucos estabelecimentos abertos na zona.

Para além da liberalização da lei das férias dos padeiros, o governo está a liberalizar outros mercados como o dos transportes públicos e as regras de trabalho aos domingos.

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