A Amnistia Internacional (AI) criticou União Europeia (UE) e o Governo grego por continuarem de “braços cruzados” relativamente ao problema dos migrantes, enquanto “dezenas de vidas se perdem diariamente no mar Egeu”.

A falta de vontade política e as medidas estabelecidas em 2012 para travar a passagem entre a Turquia e a Grécia “obrigaram os migrantes a escolher a rota mais perigosa”, afirmou a organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres, num comunicado, numa alusão à travessia por mar.

“Quantas crianças afogadas e mortos são necessários para ativar os ‘valores europeus'”, questionou Giorgos Kosmopoulous, diretor da AI na Grécia, assinalando que os naufrágios “não são um fenómeno natural e muitas vidas podem ser salvas se houver vontade política”.

A Amnistia estima que nos primeiros 10 meses de 2015 morreram mais de 400 migrantes em naufrágios entre a costa turca e as ilhas gregas do mar Egeu.

Só entre 28 e 30 de outubro, 86 pessoas, incluindo crianças, desapareceram em sete naufrágios perto das ilhas de Lesbos, Samos, Kalymnos e Rodas, informou.

Segundo Kosmopoulous, a falta de ação da UE e da Grécia causou aquelas mortes, que poderiam ter sido evitadas “se tivessem sido estabelecidas passagens seguras e legais”.

A AI defende que a Europa se solidarize com a Grécia e estabeleça “medidas eficazes” para coordenar operações de busca eficientes com as autoridades gregas e dar melhor uso aos fundos comunitários disponíveis.

Nas últimas 72 horas, realizaram-se cerca de 40 operações de resgate nas costas gregas e foram resgatados 1.431 migrantes.

“Com a chegada do inverno e o aumento do desespero dos refugiados, vamos ver ainda mais naufrágios e vidas perdidas no Egeu”, disse Kosmopoulous.

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