A campanha para as eleições legislativas de Espanha arrancou oficialmente nesta segunda-feira e, para já, fica uma certeza do lado do Partido Popular: José María Aznar, ex-primeiro-ministro pelos conservadores, não vai participar nela.

“Não foi possível encaixar a sua participação concreta em nenhum ato de campanha, mas isso não me parece nenhum drama”, disse aos jornalistas o diretor de campanha do partido liderado por Mariano Rajoy.

A verdade é que é sabido que a relação entre Aznar e Rajoy não é das melhores. Recentemente, com o mau resultado do PP nas eleições para o parlamento da Catalunha (ficou em quinto lugar com 8.5%), o ex-primeiro-ministro espanhol disse que “há espaço para o constitucionalismo na Catalunha desde que os que defende os princípios constitucionais se dediquem a isso e não a extravagâncias”. E também resumiu o resultado desse 27 de setembro de 2015 como “o pior cenário possível para o PP”. “O teu rival de esquerda é fortalecido, o teu espaço fica diminuído, os separatistas vão continuar o processo. A tua posição está seriamente comprometida”, disse à altura.

Mais recentemente, falou também a favor de uma intervenção contra o auto-proclamado Estado Islâmico — posição que Espanha ainda não tomou. “Não podemos ficar de braços cruzados”, disse, depois dos atentados de Paris de 13 de novembro.

Aznar é uma figura incontornável do passado recente do Partido Popular. Tornou-se seu líder em 1990 e em 1996 venceu as eleições legislativas, tornando-se primeiro-ministro aos 43 anos. Depois de uma re-eleição em 2000, manteve-se no cargo até 2004. Atualmente é presidente honorário do Partido Popular e está à frente da Fundação para a Análise e Estudos Sociais, um think-tank próximo do PP.

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