Foi proposta em 1990 pelo arquiteto Ralph Nieders, mas só em 2013 foi aprovada pelas autoridades norte-americanas. Demorou dois anos a ser construída e custou quase 110 milhões de euros. A ponte pedestre (em bom rigor, o viaduto), que liga um terminal de San Diego (EUA) ao aeroporto internacional de Tijuana (México), foi inaugurada esta quarta-feira, relata a BBC.

Para atravessar a ponte e chegar ao lado mexicano, basta que os passageiros atravessem os 120 metros de comprimento: numa questão de poucos minutos, mudam de país. O custo desta travessia é de 18 dólares por pessoa. Mas há várias razões que antecipam o sucesso do projeto.

Segundo a BBC, todos os anos, em média, 2 milhões e 400 mil pessoas vão dos Estados Unidos até Tijuana, para apanhar um voo no aeroporto internacional de Tijuana (também conhecido como aeroporto General Abelardo L. Rodríguez). Isto porque, segundo a publicação, não só a oferta é maior para quem quer visitar o México (o aeroporto de Tijuana tem viagens para 34 cidades diferentes do país), como o custo das viagens até às cidades mexicanas é muito mais reduzido face às que se iniciam em San Diego – em alguns casos, podem ficar a metade do preço.

Do lado norte-americano, o terminal tem todo o conforto para quem quer relaxar e aguardar até à hora de embarque, que será feita já em território mexicano: possui salas de espera, lojas, restaurantes e zonas de estacionamento, para quem quer deixar o carro nos EUA.

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À BBC Mundo, Paola Ávila, responsável da câmara de comércio regional de San Diego (EUA), afirma que a “ideia da ponte foi desde o início muito bem recebida em San Diego. Para começar, acreditamos que pode ajudar a resolver a falta de capacidade do aeroporto de San Diego. Levámos anos a falar da sua expansão, pelas limitações que tem em receber certos aviões de grandes dimensões”. A expansão não se deu, “pelo que a iniciativa da ponte é perfeita”, sublinha a responsável.

Para a cidade de Tijuana a ponte também só tem vantagens. Ou, pelo menos, há quem concorde com isso, como Humberto Inzurra, responsável do Conselho de Desenvolvimento Económico da cidade: “Só o aumento do número de passageiros no aeroporto de Tijuana já será positivo”, sublinha, em declarações à BBC.

O caminho contrário, note-se, também pode ser feito: mas é mais difícil, devido aos controlos de fronteira nos Estados Unidos. Mas basta aos cidadãos mexicanos, com permissão para entrar no país, atravessar a ponte e passar pelos controlos norte-americanos. Simples e eficaz, espera-se: e bem longe do muro que Donald Trump afirmava em junho querer construir entre os dois países.