A Fragata D. Francisco de Almeida regressou este domingo a Portugal após seis meses numa missão da NATO. A chegada da embarcação foi assinalada pelo ministro da Defesa antes de os militares se reunirem com as famílias.

Cerca das 12h30, a fragata chegou à base naval do Alfeite, em Almada, mas decorreu uma cerimónia a bordo, na reta final do trajeto, a que a imprensa teve acesso. Estiveram presentes o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), Pina Monteiro.

A missão, elogiada pelo governante e pelo CEMGFA, decorreu entre 8 de junho e 18 de dezembro, foi comandada pelo contra-almirante Alberto Silvestre Correia, e envolveu 196 militares portugueses, dos quais 183 da guarnição e 13 de pessoal de apoio.

Azeredo Lopes, que pela primeira vez enquanto ministro visitava uma unidade desta natureza, elogiou as “excelentes forças armadas” de Portugal e o seu “papel fundamental” na “sustentação do sistema democrático” interno do país, mas também como instrumento de política externa.

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“E não estamos a falar de pouca coisa. Estamos a falar de uma unidade que, com mérito e excelência, participou em operações muitíssimo exigentes com outros parceiros internacionais no quadro da NATO e fora do quadro da NATO e cumpriu-o de forma exemplar”, vincou, em declarações aos jornalistas.

Antes, e dirigindo-se aos profissionais da fragata, Azeredo Lopes assinalou que este “dia de celebração e de festa” do regresso a Portugal surge após mais uma missão em que o país provou ser um “aliado capaz, confiável e competente”.

No regresso, eram centenas as pessoas que esperavam no Alfeite os seus familiares que estiveram seis meses em missão. A mãe de Gonçalo Mestre, um dos marinheiros, declarou à reportagem da agência Lusa sentir uma “alegria imensa”, e o seu filho reconheceu que foi “difícil e uma batalha complicada” estar sem a família.

Paulo Seruga, outro dos profissionais a bordo, tinha a mulher e mais familiares à espera em Almada. “É o fim de uma maratona. Chegámos ao fim”, vincou a esposa, lembrando que mais especial ainda é o regresso do marido decorrer nesta altura natalícia.

Já Tânia Fino, uma das mais jovens da equipa, foi parca nas palavras, mas não escondeu a emoção por reencontrar a família: “Espetacular. Não consigo dizer mais nada”, frisou.

Missão decorreu nos mares do Mediterrâneo, Báltico e do Norte

A Fragata D. Francisco de Almeida participou na missão da NATO Standing Maritime Group One (SNMG1), uma das quatro Forças de Reação Imediata da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN, NATO na sigla em inglês).

Esta força garante a manutenção de uma capacidade marítima permanente, para ser empregue em qualquer tipo de cenário onde exista necessidade de intervenção com meios navais.

Nesta missão, a SNMG1 contou com duas a seis unidades ao mesmo tempo mas, durante os exercícios, o comando português chegou a comandar forças com 14 navios, disse à Lusa o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA).

A missão consistiu em exercícios nas áreas estratégicas e de interesse para a NATO – mediterrâneo, mar Negro, mar Báltico, mar do Norte e Atlântico Norte.

A fragata portuguesa participou na Operação Active Endeavour incluindo nas áreas leste do Mediterrâneo e em grandes exercícios no Báltico e Mar do Norte e nos dois maiores exercícios do Mar Negro com a Roménia e a Bulgária e com acompanhamento por forças russas, adiantou a mesma fonte.