O vírus zika foi detetado em amostras de saliva e urina, conta a Folha de São Paulo. A garantia chegou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um organismo ligado ao Ministério da Saúde do Brasil, que sugere que a descoberta do vírus ativo em saliva e urina tem potencial para causar infeções. A Fiocruz não pode, no entanto, avançar se é ou não contagioso e transmissível.

Apesar da descoberta, as dúvidas são muitas e, por isso, a Fiocruz mantém a recomendação para que as grávidas não frequentem locais com multidões e que não partilhem copos e talheres, por exemplo. A fundação alerta ainda que devem evitar beijar quem é suspeito de estar infetado.

“As grávidas podem resguardar-se. Não por ser uma verdade absoluta [o contágio], mas por cautela”, disse à Folha Myrna Bonaldo, a coordenadora do estudo da Fiocruz. A conclusão assentou na análise de amostras de dois pacientes.

Europa regista primeiro caso em grávida; Três mortes na Colômbia

Portugal já registou seis casos de vírus zika, nenhum deles em grávidas. A Direcção-Geral de Saúde informou que esses casos tiveram origem na América do Sul. O vírus zika, que resulta da picada do mosquito Aedes aegypti, já foi detetado em 23 países das Américas, sendo que os casos do Brasil e Colômbia são os mais preocupantes.

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Em Espanha, foi detetado, na quinta-feira, o primeiro caso na Europa de uma grávida infetada com o vírus. Trata-se de uma mulher de 41 anos, residente na Catalunha há muitos anos, que terá contraído o vírus numa viagem recente à Colômbia, conta o El País — não foi revelada a sua nacionalidade. O diário espanhol diz ainda que o Departamento de Saúde daquele país informa que a mulher está em ótimas condições e que o bebé não apresenta qualquer anomalia. A mulher não foi, por isso, internada.

Na Colômbia, avançou o Guardian esta sexta-feira, morreram três doentes com síndrome Guillain-Barré. Nestes casos, pode ter sido a infeção com o vírus zika a causar a síndrome, que ataca o sistema nervoso e provoca o enfraquecimento dos músculos e paralisia.

No primeiro dia de fevereiro, a Organização Mundial de Saúde declarou o surto de zika uma emergência de saúde pública, não por causa da infeção, mas por causa da microcefalia. No dia 28 de janeiro, a OMS anunciou que estima que possam existir cerca de três a quatro milhões de pessoas infetadas com o vírus.

Veja aqui o Explicador do Observador sobre o vírus.