A manifestação espontânea de taxistas contra a UBER, que parou esta quarta-feira o aeroporto da Portela, em Lisboa, já terminou. O anúncio foi feito no local pelo presidente da ANTRAL (Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros), Florêncio de Almeida, e pelo presidente da Federação Portuguesa de Táxis, Carlos Ramos, cerca de cinco horas depois de a manifestação se ter iniciado (o que aconteceu por volta das 14h00).

Os taxistas que se manifestavam no local desmobilizaram e voltaram ao trabalho, depois do anúncio da decisão. Carlos Ramos, da Federação Portuguesa de Táxis, afirmou que foi dada uma “garantia” aos taxistas de que, até sexta-feira, ou o primeiro-ministro ou algum dos ministros do executivo (possivelmente Matos Fernandes, ministro do Ambiente, que detém a tutela dos transportes) os irá receber e discutir a situação.

A garantia foi dada às duas associações pelos assessores do primeiro-ministro, após uma reunião que decorreu esta quarta-feira.

A ação do governo, em particular a do secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, mereceu críticas por parte das duas associações. Num comunicado enviado à imprensa, o gabinete de José Mendes afirmava já ter solicitado “informação à Comissão Europeia sobre os desenvolvimentos que estão em curso, bem como sobre a existência de uma estratégia comum, que permita uma articulação das posições dos diversos Estados Membros”.

Segundo o presidente da ANTRAL, essa informação “é contraditória com o que nos foi dito pelo gabinete do primeiro-ministro”. O presidente da federação de taxistas diz que é preciso “uma resposta efetiva e clara” para o problema, que tem de ser nacional e não apenas em conjunto com os restantes Estados-membros, já que, em países como Espanha e França, os governos têm agido, diz. Já o governo português “continua numa situação passiva”.

Depois da reunião com o governo, que terá lugar sexta-feira, a ANTRAL e a Federação Portuguesa de Táxis vão reunir-se para “decidir o que fazer a seguir”. Uma decisão que, afirmam, dependerá das garantias que forem dadas pelo governo três dias antes.

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