Um grupo de investigadores brasileiros anunciou hoje a descoberta do vírus Zika nas glândulas salivares de um mosquito comum (Culex), o que indica que este pode ser transmissor da doença.

A descoberta foi realizada por investigadores da Fundação Oswaldo Cruz (FOC), um laboratório público brasileiro, e anunciada durante um seminário sobre o Zika no Recife, a capital do Estado de Pernambuco, que é a região mais afetada pelo vírus.

A bióloga Constância Ayres explicou que a investigação se desenrolou em laboratório, com cerca de 200 mosquitos Culex, e por isso os resultados não são conclusivos. Mas, “há uma grande probabilidade de que o mosquito transmita o Zika aos humanos” afirmou a bióloga.

Os investigadores da FOC estão a capturar mosquitos comuns no seu habitat natural, em regiões afetadas pelo vírus, para perceber se o Culex também transporta o vírus na natureza.

Segundo a bióloga, o estudo de campo prolongar-se-á por mais seis a oito meses para que se possa chegar a um resultado final.

Até agora acreditava-se que o mosquito Aedes – confinado a climas tropicais – era o único que podia transmitir o Zika.

A presença do Culex em zonas urbanas, no Brasil, é 20 vezes mais comum que o Aedes, e encontra-se em várias zonas da América, África e Ásia, o que poderá aumentar a velocidade de propagação do vírus para lá do Continente Americano, segundo os investigadores.

Este mosquito, que está praticamente em todo o mundo, põe os seus ovos em poças de água suja, o que o diferencia do Aedes, que só se reproduz em água limpa.

O culex propaga-se especialmente em áreas urbanas com carências ao nível de saneamento básico, um problema comum nas zonas pobres de todas as grandes cidades brasileiras.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR