No dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a consultora Mercer divulgou o estudo global “When Women Thrive” (“Quando as Mulheres Prosperam”), que refere que a igualdade de género “tarda em acontecer devido à forma como o talento feminino é gerido”. As mulheres representam atualmente apenas 35% da força de trabalho global.
A Mercer estima que, caso se mantenham as políticas atuais de recrutamento, promoção e retenção, em 2025 a percentagem de mulheres na força de trabalho global não deverá ultrapassar os 45%. De acordo com a consultora, apenas a América Latina deverá atingir “a paridade no que se refere à representação de mulheres em todos os níveis técnicos e superiores”.
De um modo geral, a consultora internacional defende que as mulheres continuam a estar sub-representadas em termos de força de trabalho em todos os níveis de carreira. Segundo a estimativa da Mercer, entre 60% e 70% da população feminina em idade ativa está a trabalhar, um número ao inferior ao número de homens no ativo (80%).
Por outro lado, a representação das mulheres dentro das empresas diminui à medida que o nível de carreira aumenta, sendo que nos cargos de gestão, apenas 33% são ocupados por mulheres. Essa percentagem é inferior quando se fala de gestores seniores (26%) e gestores executivos (20%). Ao nível da Europa, o estudo da consultora aponta que as mulheres ocupam 21% dos cargos executivos de topo. Em Portugal e em Espanha, a média é ligeiramente superior (24%, ou seja, mais 4% do que a média global).
“Não obstante as mulheres terem atualmente 1,5 vezes mais possibilidade de serem contratadas para funções executivas do que os homens, as mulheres estão a abandonar as funções de topo nas organizações a uma velocidade 1,3 vezes superior à dos homens, pondo em causa os benefícios que se poderia alcançar ao ter mais mulheres a serem promovidas para lugares de topo”, refere o estudo.
Representação feminina deverá aumentar ligeiramente até 2025
Até 2025, a Mercer prevê que exista um ligeiro aumento na representação feminina da força de trabalho. O maior crescimento deverá ocorrer na América Latina (de 36% para 49%) e na Austrália e Nova Zelândia (de 35% para 40%). Já na Europa, a representação deverá manter-se em grande medida “estagnada”, mantendo-se nos 37%. Portugal e Espanha irão manter-se alinhados com esta tendência, estando previsto um crescimento de cerca de 1%.
Já no que diz respeito às mulheres em cargos executivos, e admitindo que se mantêm as taxas de recrutamento, promoção e retenção de mulheres, a consultora tem a expectativa que a percentagem aumente de 20% para 37% a nível global. A Mercer salientou ainda que os Estados Unidos da América e o Canadá são os países onde os salários entre homens e mulheres são mais semelhantes.
O estudo When Women Thrive” foi feito tendo por base as respostas a inquéritos de 583 organizações espalhadas por 42 países, responsáveis pelo emprego de 3,1 milhões de pessoas, incluindo 1,3 milhões de mulheres.