A REN vai recorrer para o Tribunal Constitucional contra a contribuição sobre o setor energético (CESE), que corresponde a cerca de 25 milhões de euros por ano, depois da derrota no tribunal arbitral, afirmou esta quinta-feira o presidente, Rodrigo Costa.

“O tribunal arbitral era um passo. Temos que estar preparados. Vamos continuar com o processo. Esse é um passo natural”, afirmou o gestor, quando questionado sobre o recurso da empresa ao Tribunal Constitucional contra o pagamento da contribuição extraordinária aplicada aos ativos das empresas do setor energético.

Em declarações aos jornalistas, Rodrigo Costa afirmou que a estratégia da REN foi “abordar o tema pagando a CESE, mas disputando o tema nos tribunais”. “Sabemos que estes processos são complexos. Consideramos que temos razão. Queremos continuar o nosso trabalho no dia-a-dia. Dada a nossa capacidade financeira pudemos tomar esta decisão. Assim, os gestores estão focados no seu trabalho enquanto os tribunais fazem o seu trabalho”, declarou.

O Tribunal Arbitral decidiu por unanimidade que esta sobretaxa, criada pelo anterior Governo e mantida pelo atual, não está ferida de constitucionalidade. Recentemente o presidente executivo da EDP, António Mexia, defendeu o fim da CESE que custou 62 milhões à elétrica em 2015, considerando que “se as medidas excecionais entram em conjunto também saem em conjunto”.

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“Os tempos mudaram, parece claro. Se as medidas excecionais entram em conjunto, também saem em conjunto”, afirmou o gestor, na conferência de imprensa de divulgação dos resultados relativos a 2015. Em declarações aos jornalistas, António Mexia recordou que esta taxa de 0,85% sobre os ativos “era para ser temporária” e, por isso, “não se pode tornar definitiva”, lembrando que é a opinião “do maior investidor em Portugal”.

Em dezembro, o Governo aprovou a manutenção da CESE, que incide sobre a produção, transporte ou distribuição de eletricidade; o transporte, distribuição, armazenamento ou comercialização grossista de gás natural; a refinação, tratamento, armazenamento, transporte, distribuição ou comercialização grossista de petróleo e produtos de petróleo.

Além da EDP, a Galp Energia é a outra principal empresa que contribui para os 150 milhões de euros anuais de receitas desta sobretaxa.