Quarenta e sete pessoas morrem, em média, por dia em Portugal por doenças respiratórias, com os cancros e as pneumonias a serem as principais causas de mortalidade respiratória, segundo um relatório apresentado esta segunda-feira em Lisboa.
Dados do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR) mostram que só em 2014 estas patologias foram responsáveis por 70 mil internamentos, o que corresponde a 12% do total de internamentos hospitalares.
Num período de 10 anos, entre 2005 e 2014, os internamentos por doenças respiratórias apresentaram um crescimento de 2,4%, superior ao 1,6% registado no total da área da medicina.
“Dados estatísticos disponíveis continuam a apontar para um peso enorme das doenças respiratórias, em incidência e prevalência, em número de internamentos hospitalares e em número de óbitos. Mais, em muitos grupos nosológicos, como as pneumonias e os cancros, os números não só persistem como se têm vindo a agravar ao longo dos 12 anos que temos analisado nestes relatórios”, refere o Observatório.
Quanto aos óbitos, entre 2009 e 2013 houve um aumento da mortalidade por doenças respiratórias de 11,8%, enquanto no mesmo período a mortalidade global mostrou uma tendência de estabilidade (redução de 0,99%).
Só a mortalidade por os tumores malignos respiratórios cresceram 21% e por pneumonia houve um aumento de 27%.
“Os dois principais problemas em saúde respiratória parecem ser os tumores malignos e as pneumonias, justificando estratégias de controle específicas”, indica o Observatório.
Aliás, no relatório sobre Doenças Respiratórias da Direção-geral da Saúde apresentado no mês passado, Portugal surge como o segundo país da Europa com a mais elevada taxa de mortalidade padronizada por pneumonia, colocando o país “mal na fotografia.
De um conjunto de 23 países europeus da OCDE, Portugal apenas é ultrapassado pela Eslováquia, que surge como o Estado com maior taxa de mortalidade por pneumonia.