Um funcionário de um campo de refugiados na Turquia violou 30 rapazes entre os oito e os 12 anos a troco de dinheiro, conforme confessou o agressor em tribunal. As agressões começaram em setembro de 2015 e duraram cerca de três meses, noticiou o jornal turco BirGün.

Os militares do campo desconfiaram da situação, quando se aperceberam que o funcionário da limpeza levava as crianças para locais onde as câmaras de vigilância não chegavam. Oito famílias apresentaram queixa, mas as restantes tiveram medo de represálias.

Em tribunal o agressor confessou que aliciava as crianças com dinheiro: duas a cinco liras turcas (cerca de 0,60 a 1,50 euros). As crianças descreveram em detalhe as violações de que foram vítimas nas casas de banho.

O campo de Nizip, onde ocorreram as violações, tem neste momento cinco mil pessoas, das quais quase 2 mil crianças, mas tem capacidade para 14 mil. Em abril, o campo foi elogiado pelos padrões que cumpre, durante a visita da chanceler alemã, Angela Merkel, com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoğlu, e vários vice-primeiros-ministros turcos.

Aquando do acordo entre a União Europeia e a Turquia, para enviar refugiados das ilhas gregas para a Turquia, o grupos de defensores dos direitos humanos já tinham alertado que a Turquia não consegue garantir a proteção dos refugiados, referiu a Reuters no mês passado.

Mais casos de violações acontecerão nos campos de refugiados. Uma mulher confessou ao The Guardian ter sido violada com oito anos, num campo de refugiados, por um rapaz mais velho. A vergonha, a culpa e o medo de ter desonrado a família nunca a deixaram contar a ninguém, nem mesmo ao atual noivo.

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