A poucos dias do encontro dos ministros das Finanças do Eurogrupo que deverá ser decisivo para o impasse na Grécia, agendado para dia 24, os credores europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI) não se entendem sobre como poderá ser feito o alívio da dívida pública do país. Os negociadores europeus preferem uma abordagem gradual ao alívio da dívida, mas o FMI dá a entender que baterá com a porta se não houver cortes imediatos no fardo do endividamento público grego. As divergências são “enormes”.

O jornal grego Kathimerini escreve nesta segunda-feira sobre o resultado de uma reunião que ocorreu na quinta-feira entre os técnicos dos dois lados, o grupo conhecido como Euro Working Group. O diretor europeu do FMI, Poul Thomsen, também participou via teleconferência e, segundo as fontes do Kathimerini, não arredou pé na exigência de que haja medidas imediatas de alívio da dívida, sem prejuízo de mais operações ao longo dos anos que dura o programa.

Em contraste, as equipas dos ministérios das Finanças da zona euro querem uma abordagem tripartida, que desagrega a dívida grega em dívida de curto, médio e longo prazo — a redução da dívida seria feita ao longo dos anos.

As divergências entre os dois lados são “enormes”, disse uma fonte europeia ao jornal grego. O FMI tem feito finca-pé e recusa-se a participar financeiramente no resgate à Grécia a menos que seja seguido o seu modelo, mas essa intenção está a chocar com a intransigência dos governos europeus, que não querem um alívio imediato da dívida.

Tem de haver um compromisso até ao próximo dia 24, para que possa ser libertada a tranche financeira que está bloqueada desde o início do ano e sem a qual as dificuldades de tesouraria na Grécia irão agravar-se. O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, falou com o Kathimerini e disse que o desenho das medidas de alívio da dívida de médio e longo prazo na Grécia não estará pronto a tempo da reunião do Eurogrupo. Mas haverá um “mapa” de passos a tomar nesse âmbito — Dombrovskis espera, com esse “mapa”, convencer o FMI a não abandonar o apoio técnico que tem prestado ao terceiro resgate grego.

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