A epidemia de febre-amarela em Angola já matou 325 pessoas em seis meses, três outros países já confirmaram casos importados e em outros três, incluindo São Tomé e Príncipe, há situações “suspeitas”.

Os dados remontam a 01 de junho e constam do mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a epidemia, consultado hoje pela Lusa, que destaca o “risco de propagação internacional através de viajantes não imunizados”.

Além da situação angolana, em que aquela organização das Nações Unidas refere 2.893 casos suspeitos de febre-amarela e 788 laboratorialmente confirmados em 16 das 18 províncias, a OMS acrescenta que três países já “confirmaram” casos “importados” de Angola, foco da epidemia, que começou em dezembro.

É o caso da República Democrática do Congo (44 casos), do Quénia (dois) e da China (11), acrescidos de situações suspeitas de febre-amarela em investigação em São Tomé e Príncipe (dois) na Etiópia (22) e na República do Congo (um).

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A OMS acrescenta que a epidemia de febre-amarela em Angola – que está a acompanhar diretamente no terreno -, e agora na República Democrática do Congo, está “largamente concentrada nas grandes cidades”, mas que há um “grande risco de propagação” local e para outros países, como a Namíbia e a Zâmbia, apelando por isso à vacinação de todos os viajantes e trabalhadores estrangeiros nesta região do continente africano.

O ministro da Saúde de Angola, Luís Gomes Sambo, anunciou em a 23 de maio, em Genebra, querer vacinar cerca de 24 milhões de pessoas, ou seja “toda a população-alvo” da atual epidemia de febre-amarela, mas admitiu que não há no mercado vacinas suficientes.

Segundo o ministro, que discursava perante a Assembleia Mundial de Saúde, cerca de 12 milhões de vacinas foram adquiridas e oito milhões de pessoas já foram vacinadas no país.

Afirmou que o governo angolano mobilizou cerca de sete milhões de dólares de fundos domésticos para vacinas, medicamentos e custos operacionais da luta contra a febre-amarela, mas lembrou que o país, e o mundo, se confrontam com a falta de vacinas no mercado internacional.

Segundo as autoridades de saúde angolanas, o foco da epidemia está em Viana, arredores de Luanda, e o mosquito vetor, o ‘aedes aegypti’, está espalhado por todo o país.