Pelo menos seis bancos internacionais mostraram-se preocupados com a influência que o resultado das eleições gerais espanholas podem ter na economia do país. A maior preocupação para os bancos é de que, no 26 de junho, vença o Podemos.

Segundo alguns bancos, a fragmentação política do parlamento espanhol tornará difícil que a Espanha continue a lutar contra o défice. Os bancos consideram também que será complicado o governo espanhol fazer passar reformas para revitalizar o crescimento.

As previsões dos bancos internacionais mostram ainda que o PSOE obterá resultados negativos nas eleições de dia 26 e questionam a continuidade de Mariano Rajoy na liderança do governo, caso o PP necessite do apoio de socialistas e do Ciudadanos para se manter no poder, informa o El Mundo.

No entanto, o que mais preocupa os analistas financeiros é a eventual vitória do partido de Pablo Iglesias, o Podemos.

Segundo o banco americano Morgan Stanley, caso o Podemos forme governo pode verificar-se “uma recessão na economia espanhola”.

No documento produzido pelo Morgan Stanley intitulado ¿Cambiará algo las elecciones? (“As Eleições vão mudar alguma coisa?”) pode ler-se: “um governo de ampla coligação não será estável nem vai apostar em reformas”. O documento, segundo o El Mundo, informa ainda que as atuais medidas austeridade não serão uma prioridade, caso o Podemos vença as eleições, deixando, dessa forma, as contas públicas vulneráveis a longo prazo.

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Caso este cenário se verifique, informa o documento, a economia espanhola deve interromper o atual ritmo do seu crescimento, passando dos 3,2% registados 2015 para menos de 1,8% em 2017.

Já um relatório do banco italiano Unicredit, mostra que o cenário mais provável é uma vitória do PP, com um governo formado por uma “grande coligação entre PSOE e PP”. Este resultado seria o mais favorecido pela Comissão Europeia, que “teria um interlocutor em Espanha para arrumar as contas públicas e a crescente frustração dos espanhóis com a situação”.

O documento do Unicredit, intitulado Intentemos otra vez (“Vamos tentar outra vez”), prevê no entanto que se PP e PSOE quiserem formar governo, terão de “mudar de liderança”. Para o banco italiano, esta “grande coligação garantiria um nível aceitável de estabilidade e governabilidade“.

Já o banco americano Citi afirma que a “instabilidade política continuará” devido à provável fragilidade do novo governo.

O Citi apoia a teoria de que a recuperação económica vai continuar já que o Podemos não irá vencer as eleições.

O Barclays, banco britânico, sustenta por sua vez que pode ser mais difícil um governo numa minoria aprovar e aplicar reformas estruturais.

Já segundo o Unicredit, caso o Brexit se verificar, a situação levará ao aumento do “voto moderado”, situação favorável ao PSOE.