A Uber vai retirar-se da Hungria, na sequência da aprovação de nova legislação pelo primeiro-ministro Viktor Orbán. A empresa diz que é impossível continuar as operações tendo em conta que as novas leis colocam os seus condutores em risco. A nova legislação húngara permite que as autoridades penalizem os fornecedores de serviços ilegais, através da apreensão da carta de condução e até do bloqueio do acesso à internet.

“O novo enquadramento legal impossibilita os nossos parceiros de conduzir, ameaçando apreender as suas cartas de condução e veículos pessoais, além de outras penalizações”, explicou o coordenador regional da Uber Robbie Khazzam ao Financial Times (FT).

À Fortune, Khazzam afirmou que a operação da Uber em Budapeste “tem sido uma das mais brilhantes na Europa”. “Mas neste momento nós e os nossos 1.200 parceiros húngaros estamos impedidos de fornecer serviços, sob as novas leis que proíbem a inovação e o empreendedorismo”, lamenta o coordenador da Uber para a Europa de Leste.

Na capital da Hungria, Budapeste, a empresa opera com cerca de 1.200 condutores, e defende que já tem 160 mil utilizadores registados.

A nova legislação entra em vigor no próximo dia 24 de julho, na próxima semana, e é nesse dia que a Uber se retira do país. A empresa espera que “no futuro, o diálogo na Hungria em relação à economia colaborativa seja mais inclusivo e com horizontes mais largos”.

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Citado pelo FT, o ministro do Desenvolvimento Nacional da Hungria explicou que a nova legislação pretende evitar “o mercado negro das operações de táxi”.

“O governo apoia soluções inovadoras, mas insiste que as operações de mercado envolvidas no transporte de passageiros devem operar de forma legal, em condições de igualdade com os seus concorrentes, e devem pagar impostos”, defendeu o ministro húngaro.

Robbie Khazzam, da Uber, confirmou ainda que o serviço vai continuar disponível em 21 estados-membros da União Europeia.