A procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, manifestou preocupação pela crescente insegurança no país e pelo aumento de denúncias de violações dos direitos humanos nas operações especiais das forças de segurança implementadas no ano passado pelo Presidente Nicolás Maduro.
“Preocupa-nos as Operações de Libertação do Povo [OLP] pela quantidade de denúncias que temos recebido. Temos um alto índice de funcionários [polícias e militares] processados por violência, por [alegadas violações dos] direitos humanos”, disse.
Em declarações à estação Unión Rádio, Luísa Ortega Díaz explicou que há casos de polícias que “destruíram habitações” quando deveriam “atuar prevenindo o delito”.
“Estamos na presença de uma insegurança que vem crescendo e isso tem a ver com os planos que se têm implementado e as OLP”, disse, sublinhando que “na medida em que a atuação dos corpos de segurança é violenta, evidentemente [isso] propicia também violência”.
“Por isso, temos insistido que os planos de prevenção são necessários para evitar a violência”, acrescentou.
Segundo fontes oficiais, houve 17.768 homicídios na Venezuela no ano passado, 82% deles com armas de fogo.
As OLP são operações das forças de segurança venezuelanas implementadas desde agosto de 2015 pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro para combater a insegurança no país. Desde então, centenas de pessoas foram detidas, entre elas criminosos há muito procurados pelas autoridades. Durante as operações foram também confiscadas armas, explosivos e drogas em várias partes do país.