A morte dos dois militares que frequentavam o curso de comandos continua a suscitar reações políticas. À margem de uma visita a Tondela, Pedro Passos Coelho não deixou de se pronunciar sobre a questão, sublinhando, no entanto, que este não era o momento para fazer especulações sobre a extinção ou não dos Comandos.

“O que é importante é que possa ser feita uma avaliação. Estas coisas não acontecem todos os anos, não acontecem todos os dias, é suposto que casos limite como estes possam ser prevenidos e, com certeza, a investigação efetuada pelo próprio exército não deixará de dar pistas importantes que ajudem a que no futuro estas situações não ocorram”, afirmou Passos Coelho.

Para o social-democrata, o Governo tem gerido “bem” este caso, porque “o que nesta altura deve ser procurado é o esclarecimento das circunstâncias que produziram este resultado”. “Não há aqui nenhuma necessidade de o Governo andar à frente da instituição [Exército] para garantir aquilo que ela sabe fazer”, disse, acrescentando que, “nesta altura, não faz sentido especular” sobre um eventual fim dos comandos.

Lamentando as mortes e apresentando condolências às famílias, Passos disse ter a certeza de que “a instituição militar é a primeira a ter interesse em saber o que se passou e prevenir que coisas destas não voltem a acontecer no futuro”.

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Os comandos “representam uma tradição dentro do Exército português, que é muito acarinhada e que tem correspondido ao longo de muitos anos a uma opção da instituição militar, que foi normalmente apoiada pelo poder político”, frisou. “São, de certa maneira, uma tropa de elite” e “não haverá ninguém na estrutura militar que esteja hoje tranquilo com o que aconteceu”, acrescentou.

O líder social-democrata sublinhou que estes acidentes “felizmente não são usuais” e nada têm a ver com a natureza da instituição. “Nós esperamos que as causas nos possam dar tranquilidade no futuro, estando na origem de decisões que a instituição militar irá propor, tomar, e tenho a certeza de que o Governo não irá ser um impedimento ou um fator de complicação para isso, acho que o Governo tem agido corretamente nesta matéria”, concluiu.

O segundo militar dos comandos que estava internado no hospital em estado muito grave morreu este sábado, depois de problemas ocorridos durante o 127.º curso de Comandos do exército. Dylan Araújo da Silva e encontrava-se internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, desde o dia 6 de setembro, devido a complicações hepáticas. No domingo passado (dia 4), no âmbito do mesmo treino militar na região de Alcochete, distrito de Setúbal, um outro militar morreu e vários receberam assistência hospitalar.