A coordenadora do BE defendeu esta terça-feira que não há nenhum dado de preocupação nas declarações do ministro das Finanças, considerando que apenas respondeu a uma pergunta quando disse que Portugal fará o necessário para evitar um segundo resgate.

“Eu não sou comentadora, não comento entrevistas do senhor ministro das Finanças. Julgo que lhe fizeram uma pergunta à qual ele respondeu. Não me parece que haja nenhum dado de preocupação, não há nenhuma razão para isso”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas à saída de uma audiência com o primeiro-ministro, de preparação da cimeira de Bratislava.

A líder bloquista enquadrou a notícia da entrevista do ministro Mário Centeno à CNBC no que considera ser “propaganda para pressionar” Portugal durante as negociações para o Orçamento do Estado para 2017.

“O BE desvaloriza esse tipo de comunicação, esse tipo de ruído. Não há nenhum dado novo que nos diga que haja qualquer tipo de preocupação. Portanto, achamos que faz parte de um mecanismo de chantagem permanente contra as negociações do Orçamento deste país para recuperar rendimentos”, disse.

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“Julgo que tem existido alguma propaganda para pressionar o nosso país. Nós vemos isso de várias formas, até a maneira como a direita europeia continua a querer insistir no processo de sanções e dos fundos estruturais quando já sabe que não pode andar para a frente”, começou por dizer a coordenadora bloquista.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse numa entrevista à estação televisiva norte-americana CNBC, que Portugal fará o necessário para evitar um segundo resgate financeiro.

Segundo o ‘site’ da CNBC, que divulga a entrevista, as declarações do ministro português foram dadas durante o fim de semana à margem do encontro dos ministros das finanças da zona euro, em Bratislava.

Citado pela CNBC, Mário Centeno afirmou que o seu principal foco é relançar a economia do país para evitar um novo pedido de assistência financeira aos vizinhos da zona euro, ao Banco Central Europeu (BCE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) (‘troika’).

“Essa é a minha principal tarefa, o nosso compromisso em matéria orçamental e a redução da despesa pública vai precisamente nesse sentido”, afirmou.

Em 2011, Portugal recebeu um resgate financeiro de 78 mil milhões de euros da ‘troika’, num processo que envolveu vários cortes nos gastos e reformas, mas que permitiu ao país sair com sucesso do programa em 2014.